A situação do canal que leva água para Usina Heidrich, rompido neste sábado na localidade de Passo Manso, em Taió, é recorrente.
Em 2017, outro rompimento foi registrado, causando também bastante prejuízos para os moradores. Veja a na reportagem de então do Jornal de Santa Catarina.
Conversei com Odair Andreani, advogado da família atingida hoje e de outras cinco famílias da região. Diz que é o terceiro problema registrado e que desde 2014 as famílias se opunham ao modelo implantado para instalar a hidrelétrica. Destaca que a obra ficou suspensa até 2017, quando obteve autorização da Fatma e outros órgãos.
Ainda de acordo com o advogado, no ano passado a obra foi paralisada novamente, dessa vez por ação do Ministério Público de Taió. O canal estava cheio agora para ser feita avaliação de segurança por peritos nomeados pela justiça nessa ação do MP.
“A obra autorizada é um verdadeiro monumento ao absurdo, pois, foi autorizado a construção de um canal que desvio o Rio por cerca de 3 kms, praticamente um novo rio, que inclusive passa em alguns lugares no meio da montanha. Em alguns pontos está a 30 metros acima do atual nível do rio”, diz o advogado, que diz que 30 famílias estão na área da usina.
Em nota, a Heidrich, dona da usina emitu uma nota, onde diz que está dando apoio a família atingida hoje e que “ já constituiu equipe multidisciplinar, envolvendo especialistas da engenharia civil e ambiental, para levantamentos dos danos causados, das razões do incidente e das providências cabíveis e, que se colocou a disposição da Defesa Civil de Taió”.
É óbvio que há problemas sérios aí, resultantes do afrouxamento no licenciamento ambiental dessas PCHs.
Por exemplo, um dos editoriais do jornal Folha de S Paulo de hoje, referente a abordagem da tragédia ocorrida em Brumadinho, há quase um mês atrás, dá o tom desse afrouxamento, o qual vitimou cerca de 300 pessoas , entre mortos e desaparecidos … !