Em fevereiro de 1975 um jovem estudante de engenharia elétrica subiu em uma árvore nas imediações da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, na região central de Porto Alegre. Ele fez isso para tentar evitar o corte de dezenas de outras árvores.
As fotos do cidadão Carlos Alberto Dayrrel correram o mundo e são um marco no movimento ambientalista gaúcho e brasileiro. A árvore permanece no mesmo lugar, na rua João Pessoa, junto com as outras e hoje Porto Alegre se orgulha de ser uma metrópole com grande arborização.
Era o momento da ditadura militar, outros tempos.
41 anos depois, jovens voltam a subir em uma árvore, desta vez em Blumenau, numa região nobre, em frente a um prédio chique construído recentemente na rua Heinrich Hosang.
Mobilizados já há alguns dias para evitar o cumprimento de um termo de ajustamento de conduta, nesta quarta-feira pela manhã se depararam com motosserras e outras máquinas. Um galho chegou a ser cortado, mas depois de muito debate, os manifestantes conseguiram evitar o corte. Pelo menos por enquanto.
As partes responsáveis pela decisão não estavam presentes. Nem a promotora Monika Pabts nem representante da Prefeitura. O entendimento do Ministério Público é para garantir que o prédio tenha o habite-se. A falta de espaço na calçada impediria esta regularização, segundo a promotora.
Fico pensando como um prédio destes, de uma construtora como a Torressani, é erguido e tem suas unidades comercializadas sem ser legalizado?
Não faltou fiscalização municipal? Ninguém percebeu o problema antes ou é mais fácil cortar uma árvore depois?
Caberia a Torresani arcar com os custos do corte. A advogada da empresa estava no local e, no meio do impasse, conversou com a promotora Mônika Pabst, que não está na cidade e orientou pela suspensão da ação para depois debater melhor o tema.
O debate que a árvore prejudica a mobilidade da cidade não pode ser levado a sério em uma cidade como Blumenau. Tem muitas outras situações, até piores. Algumas sem árvores, mas postes, concreto puro, que atrapalham o ir e vir das pessoas.
Tem gente que entende ser este um problema menor. Mas não é. A construção da cidadania se faz com estes gestos também.
Se hoje discutimos o meio ambiente, talvez seja por ações como a de Carlos Alberto, na década de 1970 e as destes jovens blumenauenses. Parabéns a eles.
Destaque para a ação da Polícia Militar. O responsável pela operação, entrou em contato com algum superior, quando foi orientado a garantir o prosseguimento do corte. Chamou reforço e muito rapidamente mais de dez policiais militares estavam no local. Mas acompanharam a distância e buscaram mediar o consenso.
Mais de 30 pessoas mobilizadas, se cada uma pegasse uma mudinha de arvore e plantasse, com certeza estariam fazendo um bem maior. So querem aparecer na foto.
Nunes, xarope! Começa a plantar então ! Se você não sabe o significado da palavra cidadania , cale-se, por favor!
Essa é pro Nunes e quem mais quiser vir plantar conosco, toda galera que estava lá não apenas já plantou, como vamos plantar este final de semana no progresso e em breve na Prainha… e vários outros lugares… https://www.facebook.com/TphotoR/photos/a.1241249172568342.1073741843.1127721970587730/1241249505901642/?type=3&theater
https://www.facebook.com/events/190709637976273/
Pode vir também para o Ateliê Vertical FURB, semana que vem… https://www.facebook.com/photo.php?fbid=1000446593365803&set=gm.1136100836410340&type=3&theater