A Matriz de Risco Potencial para a Covid-19, divulgada pela Secretaria de Estado da Saúde (SES), neste sábado, 31, aponta 11 regiões estão na cor laranja, nível grave para Covid-19, e apenas quatro em nível gravíssimo (cor vermelha). A região Meio-Oeste manteve seus índices e foi classificada novamente em risco alto (amarelo). As regiões que estão classificadas com o maior risco são Alto Vale do Rio do Peixe, Foz do Rio Itajaí, Médio Vale do Itajaí e a região Nordeste.
As quatro regiões classificadas no gravíssimo apresentaram nota máxima de risco em transmissibilidade, que avalia o RT e os casos infectantes. A boa notícia é que cinco regiões mostram risco moderado na capacidade de atenção, que estuda a taxa de ocupação de leitos de UTIs reservadas para Covid-19. São elas: Alto Uruguai, Alto Vale do Itajaí, Extremo Sul, Grande Florianópolis e Meio-Oeste.
A região do Meio-Oeste manteve todos os índices equilibrados, sem nenhum indicador em nível gravíssimo. Na opinião da cientista de dados, Bianca Vieira, os esforços da Secretaria da Saúde e do Governo Estadual têm dado resultados. “O mapa demonstra que as ações de vacinação têm reduzido o número de internações, ocupação de UTI e óbitos, ainda que a transmissibilidade continue significativa. É muito importante continuar acelerando a vacinação e que as pessoas tomem a segunda dose para estarem realmente
imunizadas”, concluiu.
Governo do Estado divulga novos indicadores da Matriz de Risco
A Matriz de Risco Potencial para Covid-19 passou a utilizar os dados de vacinação como uma nova variável a partir deste final de semana. A informação foi divulgada na última quarta-feira, 28, pelo governador Carlos Moisés e pelo secretário de Estado da Saúde, André Motta Ribeiro.
Pelo novo modelo, os dados referentes à evolução da vacinação passarão a ser avaliados. Santa Catarina ultrapassou nesta semana a marca de 5 milhões de doses aplicadas, entre D1 e D2 e, além do aumento na velocidade na vacinação, há um cenário de relaxamento da pressão sobre o sistema de saúde, com a consequente diminuição da demanda de UTI Covid.
“Nós estamos trazendo mudanças importantes na Matriz de Risco, adaptando ao nosso cenário atual. O novo modelo passou por testes durante todo este mês e demonstrou que as modificações trazem aprimoramentos ao nosso sistema”, afirma o governador Carlos Moisés.
“São 17 meses nesse enfrentamento à pandemia, nós aprendemos muito nesse processo, um deles é evolução na Matriz. Ela agora traz outras prioridades que definem melhor o cenário do momento, o vírus mudou, o impacto da doença na sociedade mudou e a gente tem que se adaptar a essa necessidade para que possamos avançar ainda mais nesse enfrentamento”, ressalta o secretário de Estado Saúde, André Motta Ribeiro. “Nós continuaremos adaptando a matriz conforme a evolução da pandemia”, aponta.
A cientista de dados da SES, Bianca Vieira, explica que a mudança de cenários constantes na pandemia torna necessários os ajustes. “As análises de dados que afetam o gerenciamento de riscos devem estar em constante revisão, atentas aos cenários em questão. Toda análise de inteligência estratégica para tomada de decisão deve esperar o momento adequado para ajustes”, afirma. “O momento atual pandêmico possui influência de uma nova variável fundamental, a vacinação”, conclui.
A Matriz, criada em julho de 2020, passa pela 4ª edição de dados de indicadores. A ferramenta visa avaliar o risco potencial de 16 regiões de saúde, a fim de orientar a regionalização e descentralização das ações relacionadas à contenção da pandemia em Santa Catarina.
Como fica a Matriz
A matriz continua organizada em quatro dimensões de prioridade atuais, que são Gravidade, Transmissibilidade, Monitoramento e a Capacidade de Atenção.
A variável de óbitos na semana por 100 mil habitantes continua como Gravidade, por ser a informação epidemiológica mais precisa. A dimensão agora traz também a tendência de internação por Síndrome Respiratória Aguda Grave para avaliação por 100 mil habitantes. A taxa de transmissibilidade (RT) é agrupada com o número de infectantes por 100 mil habitantes na dimensão de Transmissibilidade.
Já a dimensão de Monitoramento recebeu as variáveis de cobertura vacinal em maiores de 18 anos com segunda dose ou dose única completa, bem como a variação de número de casos semanal.
Por fim, a capacidade de atenção permanece como taxa de ocupação de leitos de UTIs Adulto SUS Reservado para Covid-19. A oferta de leitos de UTI Covid ponderada por 100 mil habitantes ainda não será considerada nesta versão da Matriz.
“Inicialmente, nós pensamos em usar a taxa de UTI ponderada por 100 mil habitantes, pois ela permite verificar a ampla situação local, já que está sendo apontada uma baixa pressão nas UTIs. Porém, algumas regiões ainda não conseguiram atingir um nível satisfatório de redução na capacidade de atenção exclusiva para Covid-19. Por essa razão, após longa discussão técnica, optou-se por manter a variável anterior”, resumiu a cientista de dados Bianca Vieira.
Outra mudança é que a matriz passará a ser divulgada às 17h de sábado, em razão do fechamento da semana epidemiológica.
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