Jovens da geração Z não veem futuro em empregos no mercado de TI. Em pesquisa realizada em junho, a firma britânica de análise de dados Exasol entrevistou 1.000 pessoas da faixa etária de 16 a 21 anos. A conclusão: 49% dos nativos digitais não pensam em ter uma carreira no campo de ciência de dados. A maioria (51%) não está familiarizada com jargões do ramo, como “alfabetização de dados”.
Geração Z não conhece jargões profissionais em TI
O mercado de TI no Brasil e no mundo enfrenta uma escassez de profissionais. Empresas exigem demais de um profissional, e isso vem espantando uma geração mais jovem de profissionais.
Na avaliação da Exasol, a falta de familiaridade com jargões do ramo de ciência de dados demonstra uma “desconexão entre a linguagem usada por nativos digitais e os termos de negócios usados por recrutadores para divulgar vagas de trabalho de TI, levando o jovem a não considerar ciência de dados como uma carreira profissional”.
Um dos problemas do ramo de ciência de dados é não tornar o mundo profissional atraente o suficiente, por meio do uso de uma linguagem que distancia mais do que aproxima os jovens. Peter Jackson, diretor-executivo de Tecnologia da Exasol, comentou:
“Dez anos atrás, havia uma demanda por cientistas de dados graças à sua habilidade para superar desafios de organização das empresas, devido ao crescimento do mercado. Hoje, essa demanda por cientistas de dados e engenheiros de dados é o triplo da de 2013”.
Mulheres em TI estão menos confiantes, diz Accenture
Outra pesquisa que ressalta a falta de perspectiva da geração Z no mercado de TI foi realizada pela consultoria Accenture, no Reino Unido. Nesta, apenas 24% dos jovens entrevistados se sentem confiantes de que vão conseguir manter empregos na área de tecnologia. Mas quase metade reconhece que a procura por profissionais do tipo está maior devido à pandemia de COVID-19.
Mulheres na Tecnologia são o grupo mais afetado pelo desânimo em continuar no mercado: a Accenture revelou que elas têm mais habilidades digitais do que homens — 44% em relação a 40% respectivamente —, mas menos confiança — 20% contra 29%.
Outra pesquisa, da Girls do Code, revela que o buraco é mais baixo: essa desconfiança começa no ensino médio, onde 54% das meninas demonstram interesse em tecnologia e nas áreas de exatas, como matemática e química. Contudo, apenas 0,54% delas acabam perseguindo carreira no ramo.
“Se a geração de nativos digitais não está pensando na tecnologia como uma opção de carreira, então temos um gargalo enorme para a profissão”, afirma Shaheen Sayed, diretora de gerenciamento sênior da Accenture para o Reino Unido e a Irlanda.
70% da geração Z quer empregos de TI com home office
A pandemia de COVID-19 trouxe à tona um interesse de jovens que pensam em se tornar profissionais de TI: a modalidade de trabalho híbrido.
Uma pesquisa da Kettle, companhia de tecnologia que produz softwares para empresas, diz que 65% dos jovens da geração Z consideram fundamental a oferta de um modelo híbrido de trabalho para aceitarem uma vaga. Poder trabalhar de casa, mesmo cumprindo alguns afazeres no escritório, se tornou preferência por 70% na procura por um trabalho na área de TI.
Não à toa, 2 em cada 3 jovens que responderam à Kettle dizem que o modelo híbrido de trabalho faz bem à saúde mental. Metade conclui que pode se demitir de um emprego caso a companhia não ofereça essa flexibilidade, comum nos tempos de pandemia.
É realmente espantoso que uma geração digital, que vive conectada às redes sociais e aos aparelhos eletrônicos, não esteja acostumada a pensar em carreiras relacionadas à Tecnologia. Mas a pesquisa da Exasol revela que muitos da geração Z possuem outras habilidades importantes para o mercado de TI hoje: as chamadas soft skills.
Essas competências estão mais relacionadas a comportamento e comunicação. Esta última é a que a maior parte dos entrevistados (32%) pretende desenvolver em sua vida profissional.
Fonte: Tecnoblog
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