A Frente Parlamentar em Defesa de Políticas Públicas para os pequenos empreendedores de Blumenau se reuniu na manhã desta terça-feira, 24, no Plenário da Câmara, para debater o problema de falta de mão de obra tanto na área industrial quanto na área de tecnologia e inovação. Estiveram presentes o presidente Almir Vieira (PP), o vice-presidente Bruno Cunha (Cidadania), e o relator Carlos Wagner – Alemão (PSL), além dos convidados Nilson Passarin, representando a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, e Rafael Silva, representando o Centro de Inovação de Blumenau.
Rafael Silva explicou que de certa forma a pandemia refletiu de forma positiva no mercado de tecnologia, uma vez que a transformação digital nas empresas passou a ser uma obrigação. Relatou que o Centro de Inovação está 120% ocupado e existe uma fila de espera para entrar. Relatou a grande transformação social promovida pelo setor da tecnologia, uma vez que um profissional júnior, com formação de 3 a 4 meses, já pode receber salário na faixa dos R$ 2,5 mil.
“Nesse período de pandemia muitos profissionais descobriram que é possível trabalhar de casa e ainda ganhar em dólar ou euro. Por isso precisamos de um plano consciente no setor privado, auxiliado pelo poder público, para continuar formando jovens e evitar que as empresas de tecnologia deixem de crescer na região por falta de mão de obra”. Ele acrescentou que são 1800 empresas de tecnologia na região da AMVE, formada por 14 municípios, e chamou a atenção do valor do ISS que essas empresas geram.
A importância do Programa Entra 21 também foi destacada durante a reunião, uma vez que o projeto foi responsável por ativar mais de 5 mil desenvolvedores na região. Nilson Passarin ainda frisou que o Programa Entra 21 Senior já é uma realidade e auxilia pessoas que não são mais tão jovens, mas estão insatisfeitas em suas funções e podem se qualificar na área de tecnologia.
O vereador Almir Vieira questionou qual caminho o jovem está tomando, uma vez que outros segmentos mais tradicionais também enfrentam problemas de falta de mão de obra qualificada. O vereador Carlos Wagner – Alemão, que é empresário, relatou que o jovem não quer trabalhar por turno nem tem interesse pela área industrial. “Boa parte dos jovens não quer sujar as mãos”, disse.
Para Nilson Passarin, o jovem não tem interesse em cumprir carga horária, e quer mais liberdade no cumprimento de sua jornada de trabalho. Rafael Silva acrescentou que essa geração está em busca de um propósito pelo qual se dedicar, e questiona o que é repetitivo, por isso tem pouco interesse por empregos e jornadas tradicionais.
No entanto, Rafael lembrou de outra parcela dos jovens, que chamou de “invisíveis”, que são aqueles que não sabem que poderiam ter acesso a programas de formação e consideram o trabalho de área de tecnologia fora de suas possibilidades. “Nós temos que ir atrás desses jovens e sermos mais criativos na hora de recrutá-los”, disse. Os presentes ainda discutiram cursos e palestras que envolvem jovens em idade escolar, além de projetos desenvolvidos nos laboratórios de informática ociosos em escolas públicas durante o contraturno escolar.
Questionado sobre qual seria a solução ou contribuição do poder público para que se possa avançar mais na questão da falta de mão de obra, Rafael Silva assinalou que cada real de imposto aplicado diretamente em um canal de desenvolvimento ou qualificação, gera 5 reais de retorno para a cidade no prazo de dois anos.
O vereador Bruno Cunha lembrou que a lei do Regulatory Sandbox, originada de um projeto de lei de autoria dele, previa algumas renúncias fiscais, mas que esses artigos foram vetados da lei. “Quando desenvolvi o projeto recebi ligações de empresas de diversas regiões do Brasil que queriam mais informações e estavam dispostas a investir em Blumenau. Infelizmente o poder público enxergou a proposta como perda de receita e não visualizou o benefício a longo prazo”, lamentou. Ele ainda pediu que essa questão seja revista pela prefeitura para o próximo ano.
Outro assunto debatido foi a necessidade de modernização da própria administração pública da cidade. “Fica difícil vender Blumenau como uma cidade inovadora se os próprios processos da administração são arcaicos”, disse o vereador Bruno Cunha. Ele lembrou que há dois anos a Câmara tornou digital todo o processo legislativo e ressaltou que muito mais precisa ser feito no poder público, destacando a urgência na modernização do sistema de estacionamento rotativo Área Azul. O vereador Carlos Wagner – Alemão também relatou o projeto que está desenvolvendo buscando um modelo de estacionamento rotativo para Blumenau, visitando demais municípios e avaliando sistemas utilizados em outras cidades.
Os presentes reafirmaram a importância de juntar os atores sociais para que repassem informações a respeito de projetos e programas na área de qualificação para inovação, para fortalecer a divulgação e apoio a essas iniciativas.
A próxima reunião da Frente Parlamentar será no dia 30 de setembro, quando haverá uma palestra proferida por um empresário, com apoio do Senai, Sesc e Secretaria de Desenvolvimento Econômico.
Poderiam aproveitar e discutir a falta de mão de obra “qualificada” na Câmara de Blumenau , vereadores e comissionados .
Tem vereador que da carteirada , tem vereador que defende carteirada, tem vereador que quer armar professor , tem vereador que quer isentar IPTU para templos religiosos, tem vereador que vota “sim” para todos os pedidos do prefeito , tem vereador que adora aprovar repasse para a Blumob , retirando o valor da saúde . Imaginem se o vereador tem esta postura , como se comporta seus assessores comissionados ?
Qualificação não é condição para ser candidato a vereador , a prova esta na composição atual do legislativo , a maioria sequer deveria estar lá, mas vivemos em uma ” Democracia” , foi eleito, pode assumir . Lembram que até o palhaço Tiririca assumiu cargo de deputado , mas aqui , os palhaços são outros e infelizmente a maioria tem título de eleitor .