O Facebook anunciou nesta quinta-feira, 9, um par de “óculos inteligentes”, criado em parceria com a marca Ray-Ban. O acessório tem duas câmeras que permitem capturar fotos e fazer vídeos de até 30 segundos.
Chamado Ray-Ban Stories, o produto custará a partir de US$ 299 (R$ 1.570, na cotação atual).
Ele será vendido inicialmente nos Estados Unidos, na Austrália, no Canadá, na Irlanda, na Itália e no Reino Unido em 20 modelos diferentes. A empresa não revelou se pretende vendê-lo no Brasil.
Óculos com câmeras parecidos com esse foram lançados em 2016 pelo Snapchat, aplicativo que o Facebook tentou comprar quando a onda dos posts que sumiam estava em seu auge.
Os comandos para os “óculos inteligentes” são enviados por meio da assistente de voz do Facebook e os materiais gravados podem ser acessados por meio de um aplicativo para iPhone ou celulares Android.
As fotos e os vídeos podem ser compartilhadas em diversas redes sociais pelo app, inclusive em concorrentes como Twitter, TikTok e Snapchat.
Segundo a empresa, a bateria dura cerca de 6 horas “em uso moderado”, sem dar detalhes do que considera moderado.
Privacidade
Os óculos foram “desenvolvidos com a privacidade em mente”, nas palavras do Facebook. Quando uma pessoa estiver com a câmera ativa, LEDs ao redor do sensor ficarão acesos.
Existe ainda um botão para desabilitar o microfone e a câmera, como há em alto-falantes inteligentes.
“Por padrão, os óculos inteligentes Ray-Ban Stories coletam dados necessários para que seus óculos funcionem”, escreveu a companhia.
Entre esses dados estão o status da bateria, endereço de e-mail e senha e a conexão Wi-Fi.
A rede social vai solicitar o compartilhamento de dados adicionais, o que é opcional. Entre as informações estarão número de imagens capturadas ou quanto tempo você é gasto filmando.
Sem realidade aumentada
Esse compartilhamento de dados adicional vai ser importante para o Facebook dar o próximo passo nesse mercado de “óculos inteligentes”.
A companhia avisou que o produto ainda não tem capacidades de realidade aumentada, tecnologia que exibe animações e outros elementos gráficos através das lentes, mas que a intenção é lançar isso no futuro.
“Vemos a realidade virtual e aumentada como a próxima plataforma de computação”, escreveu a companhia.
Esse avanço vai depender do desenvolvimento de tecnologias de telas cada vez mais finas e menores, além de processamento computacional para gerar esses gráficos em tempo real. Além disso, os dados coletados a partir dos Ray-Ban Stories devem auxiliar esse desenvolvimento.
Outras grandes empresas já apostaram no conceito de “óculos inteligentes” com realidade aumentada, como o Google, que em 2013 lançou um protótipo para o público. O projeto, no entanto, não decolou.
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