Nada demonstra mais claramente nossa dificuldade histórica em construir unidade e vencer o achismo político que a duplicação da BR-470. São decadas de atrasos, promessas e mais promessas dos lados “A”, “B” e “C” das ideologias e não avançamos. Como povo preferimos ter o vitorioso discurso ao nosso lado que ver evoluir o idealizado por meio dos gestos do adversário.
Olhando para história recente, vivemos momentos de apedrejar outdoors e lamentar, imagine, a existência de dinheiro para obra. Veja você, outro dia em Blumenau, presenciei uma conversa chorosa e afável do cidadão para com o governante federal ao tempo que espumava de raiva com o governo do Estado. Ele reconhecia que faltou prioridade e vontade de Brasília para executar a duplicação da rodovia e atacava o desejo da administração catarinense de aportar recursos para concluir um trecho da BR-470.
Eu gosto muito de comparar a evolução do Brasil com a China. Especialmente nestes tempos binários, que deposita todos em duas caixas: de direita e esquerda; de comunistas e capitalistas.
Quando o Pib da China ainda era tão pequeno quanto o nosso, quando eu ainda era um garotinho, já existiam discussões sobre a necessidade de duplicar a rodovia. De novo: os chineses foram da fome ao topo do mundo e nós, brasileiros, não conseguimos pavimentar os 472 km da rodovia duplicada.
Ao longo destes meus 33 anos, muitos amigos perderam a vida na BR-470. Lembro com saudades de cada um. E como fazem falta por aqui… fico pensando, quais seriam as histórias que contaria o amigo Adenilson Teles, por exemplo.
Esta birra política, este pensamento pequeno já cansou. Sobra demogogia e falta iniciativa e vontade de resolver.
Um dia o governador Paulo Afonso autorizou que a iniciativa privada, mais eficiente que o serviço público, explorasse a rodovia e atendesse o desejo do Vale do Itajaí, duplicando toda a extensão catarinense. As classes empresariais de Blumenau e região, as mesmas que convocam para manifestação no dia 7 de setembro, eram contra ao propósito da duplicação lá nos idos da década 1990. Esperidião Amin, que sucedeu o emedebista no comando do governo estadual, cancelou a concessão e a duplicação voltou para lado dos sonhos. Perdemos vida, perdemos tempo.
O tempo, impiedoso, avançou e nós permanecemos ilhados, diminuindo a importância econômica nossa para o país. Medíocres, seguimos venerando aqueles que atrapalham, não contribuem e lutam para impedir que outros façam. Seguimos perdendo… é preciso preservar ao menos a esperança.
Aqui no bairro de nossa aldeia, Vila Nova, o município buscou empréstimo com objetivo de ” revitalizar duas ruas. Não conseguem fazer um trsbalho de qualidade, nào regularizam calçadas, consequentemente demarcações de estacionamento, sinalização muito menos consideram o impacto do crescimento vertical. Assim a região perde investimentos pois sem logística e cobsiderando o vakor dos combustíveis, fogem. Ficam os serviços.
Excelente artigo!
Sorte para a região que com o passar do tempo e envelhecimento dos inconformados vão surgindo jovens que continuam inconformados como o autor e seguem lutando.
De lamentar que isso também acontece com a tal da “elite do atraso” que também renova seus quadros e continua elegendo os seus, mas eles passarão!!
Este é sem dúvida o maior exemplo da falta de competência e compromisso dos (des) governos (governadores, deputados, senadores e prefeitos, além de parte do setor privado em conluio com os mesmos) com a população de uma das regiões mais produtivas de SC…simplesmente uma vergonha a atuação de políticos que muito pouco ou quase nada fizeram pela BR 470…
Acorda Vale do Itajaí…