Um abraço aos professores, na lida de educar nossas crianças, adolescentes e adultos de Santa Catarina e do nosso Brasilzão.
É o óbvio afirmar que é pela Educação que o País, a exemplo do nosso estado, se desenvolverá, ainda mais, muito mais é o que podemos. Como disse o poeta catarinense Lindolf Bell, “menor que meu sonho não posso ser” e se tem alguém capaz de instigar esse tipo de determinação moral e psicológica, é o professor.
Então, meus parabéns aos professores que, ainda que não saibam bem disso, foram capazes de liberar a imaginação e a vontade de seres humanos sonharem e acreditarem na realização de suas potências. É essa metamorfose, com o perdão da analogia, que um professor é capaz de fazer: transformar uma criança, um adolescente, num adulto útil à Sociedade e satisfeito consigo mesmo.
Bom… dito isso, vale atentar: nosso tempo, o tempo do século XXI, nos impõe, professores, empresários, políticos e todos os cidadãos republicanos, compreende-lo.
E como eu, professor, entendo o nosso tempo e o desafio que nos impõe? É o tempo de despertar para a compreensão sistêmica do Mundo em que vivemos. E sistêmico vem, evidentemente, de sistema, que quer dizer um conjunto de elementos interdependentes, ajustáveis e conectáveis à harmonia do todo.
E como nós, professores, podemos relacionar isso aos nossos desafios cognitivos, digo, teóricos, pedagógicos e metodológicos? De sete maneiras conectadas, a saber:
Um objetivo: a Sociedade que queremos consolidar é a Sociedade da paz e do desenvolvimento, não esqueçamos disso. Parece o óbvio, mas depende dos meios cognitivos e técnicos que utilizarmos. No caso do professor, teoria e método de pensar e de fazer.
Uma percepção: esse desafio do desenvolvimento depende de perceber as conexões possíveis e necessárias para a harmonia do Sistema Social em que vivemos.
Um pressuposto: é necessário enxergar os processos de cooperação factualmente existentes na Sociedade e potencia-los. É certo que a Sociedade é marcada por disputas de poder que geram conflitos. Tem sido nossa percepção predominante, quando não exclusiva.
Uma constatação: e essa percepção exagerada e exclusiva da conflagração, com frequência nos impede de enxergar os processos de cooperação e todas as possibilidades de cooperação que podemos construir para atingir nosso objetivo.
Uma aproximação: podemos ser capazes de conectar as criativas e pulsantes relações entre economia, política e cultura. Podemos potenciar a Educação para o desenvolvimento, na medida em que aproximarmos Educação, economia e senso republicano (a explicação disso é meu maior desafio educacional).
Um método: essa abertura cognitiva e sistêmica se dará pelo método interdisciplinar. É o que nos abrirá os portões pra atravessar fronteiras do conhecimento e promover novas conexões.
Uma justificativa: somente desse modo prepararemos as crianças e os adolescentes, mas também os adultos que ainda viverão muito. São os desafios de um tempo de criatividade, tecnologia e informação como nossos pais e antepassados só foram capazes de imaginar quando assistiram Os Jetsons e Jornada nas Estrelas.
No passado, em geral, o professor formou para a obediência sistêmica. O desafio docente, agora, é formar para a cooperação, o que exige consciência do mundo em que vivemos. No passado era o fordismo, que alienou os seres humanos da capacidade de entender a conexão das coisas. Agora, é tempo de reconectar.
Esse é o desafio. Essa é minha percepção, sem a presunção da verdade, mas com o espírito da provocação ao debate republicano.
Em tempo: tomara que a intenção do governador de Santa Catarina, de valorizar os professores pelo aumento salarial, não seja aquela promessa de velhaco. Se for verdade e se o Legislativo for republicano, isso vai renovar a Educação e gerar as seis maneiras conectadas, acima mencionadas.
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