Opinião: faltando um ano para eleição vem aí: “os juros da quebradeira”!

Imagem: Obra de Fabio Polesi/Reprodução


“A parte mais sensível do corpo humano é o bolso”. Delfin Netto, o economista dos coturnos, foi preciso: não existe dor maior que a falta desta suja energia que move as pernas e braços em todas as direções. O dinheiro é a única potência capaz de transformar qualquer coisa… guerra em paz, burrice em genialidade, decadência em prosperidade, mediocridade em autoridade. Um país, em especial, sua força é medida primeiro por sua capacidade de gerar riqueza. Assim, nunca se espera de um governo qualquer gesto que caminhe na direção da destruição de patrimônio. O Brasil é um desvio dos padrões convencionais, clareza reforçada na última semana.

Uma nação, um reinado, deve buscar, pelo menos nos gestos e no papel, sempre proteger os mais fracos, trabalhar para promover potenciais de futuro e reduzir as desigualdades. É para isso que devem ser utilizados os dinheiros arrecadados. Portanto, tudo bem que existam programas como o Bolsa Família, Coronavoucher, entre outros. Na verdade, são louváveis iniciativas de transferência de renda e assistência aos mais vulneráveis. É a nossa cota de contribuição patriótica para os irmãos de bandeira. O que pega é a confusão, a incerteza, a falta de clareza e o “jeitinho” em tudo.

Mais uma vez recorro ao velho Delfin para dizer que “é desanimador! Uma coisa inconcebível! Estamos em um Estado caótico. Sem direção, sem programa, sem projeto, uma estupidez geral!”.

Como é possível alguém acreditar, faltando um ano para o pleito eleitoral, em alguém que não entregou nada, em três anos, além de confusão, preconceito, tensão e retrocesso? As estatais não foram privatizadas e no lugar de técnicos militares comandam. Isso é a nova política? A impunidade, o foro privilegiado não chegou ao fim. A Lava Jato sim! E os escândalos envolta da família presidencial seguem… Um novo padrão de moral e ética invejável é isso? A reformas tributárias, fiscais, administrativas e políticas não chegaram também… lembro, foram nestes anos que tentaram reviver CPMF, tributar dividendos, cortar direitos trabalhistas e transformar servidor público em parasita. Parece que continuamos com mais Brasília e menos Brasil.

Nosso resultado, como país, deste experimento bizarro é inflação gritando mais de 30% ao ano para povão e 10% para os mais ricos. É o país de combustíveis caros, de alimentos impagáveis e briga por restos e ossos. Ou tudo aquilo que uma moeda jogada no lixo é capaz de pagar.

A confusão gerada na semana pelo Governo Federal e inatividade do Banco Central levará algum tempo para encontrar um fim. Os números mostram, claramente, o tamanho do problema: se em janeiro de 2021 os juros no Brasil eram 2% ao ano o preço do mercado para Selic em outubro de 2022 é de 13% ao ano.
O Ex-governador Luiz Henrique, se vivo estivesse, repetiria sua frase de 1991: “O vazio de governo cria o vazio de Congresso, que cria o vazio nacional e espalha a desgraça, o desalento. Enquanto isso, a inflação volta a subir com ímpeto. E, com ela, volta a velha prática de elevação de juros. Os juros da quebradeira”.

Resistiremos! Sobreviver iremos!

3 Comments

  1. Tarciso.
    Não conheço você como empresário, mas como jornalista, estás muito preconceituoso.
    Parece que entende muito pouco da politica brasileira. Segue conceitos do também, velho e ultrapassado Delfim.
    Mostra números que ainda não aconteceram.
    Pinta um estado caótico… mas, onde você estava quando os esquerdistas petistas e outros, assaltaram o Brasil e o Povo Brasileiro?
    É bom se informar mais sobre o nosso Brasil atual. Inclusive acompanhar oque o teu “chará” esta fazendo com o Pais, terminando obras dos Petistas corruptos de 15 anos passados.
    Se não sabia, veja/acompanhe oque esta sendo feitos só com ferrovias!!!
    Para ser jornalista é muito diferente do que estás noticiando…

  2. O problema esta na Câmara dos deputados e no congresso nacional. Duas entidades repletas de pessoas sem dignidade , que quanto pior melhor .
    Não que Bolsonaro seja o ideal, mas 10 vezes um Bolsonaro mesmo com os erros cometidos a ter o PT e sua quadrilha no poder .

  3. Fato é : inflação, desemprego alto, caristia determinando desdobramentos que atingem vcasse média no caminhar, logo alí.

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