Opinião: a vacina transcende a individualidade

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O que tenho em mente é uma noção ampla de responsabilidade social por parte dos indivíduos e das organizações. Essa perspectiva ultrapassa a mera obrigação com o lucro ou se limita aos parâmetros legais (responsabilidades econômica e legal), passa pela responsabilidade ética e alcança a chamada responsabilidade discricionária, postura que implica encarar a sociedade como uma comunidade.

Acontece que nós humanos somos seres individuais, cada qual com suas características, necessidades, sonhos e aspirações, mas também somos gregários e assim como tantos outros animais somos, por assim dizer, seres de bando. Precisamos dos coletivos até para nos viabilizarmos como indivíduos, enfim, necessitamos de pertencimento.

Por isso importa reconhecer os limites da individualidade e respeitar normas e imposições e de proteção do coletivo. De forma simplificada a sabedoria popular coloca que “meus direitos cessam onde começam os dos outros (as)”. Daí advém a noção de responsabilidade social.

Nessa perspectiva teríamos uma “tipologia” da responsabilidade social. Resumidamente, como convém: No primeiro nível viria a RS Econômica – pagar as suas contas, ser economicamente viável; a seguir viria a RS Legal – agir sempre dentro dos parâmetros das leis e das normas vigentes; depois a RS Ética – agir consoante com os valores éticos, estéticos e até da religião que o indivíduo pratica; e finalmente a RS Discricionária, que é absolutamente voluntária, com base numa visão holística. Aqui os indivíduos e as organizações, independentemente das perspectivas já citadas, agem por que se sentem parte de um todo, de algo maior e transcendente.

Daí, lamentavelmente, o que acontece no nosso Brasil de hoje é exatamente o contrário, e isso é alarmante. Os “comandantes”, aqueles que pelo voto ou por concurso estão em posições chave precisam liderar o país diante da crise que se prolonga, se torna mais complexa e profunda. E não estão fazendo.

O atual Ministro da Economia vai a público dizer que a nossa economia “estava decolando” quando adveio o corona vírus. A realidade é de inflação crescente, desemprego devastador, desindustrialização, falências e muito mais negando a falácia apresentada pelo Ministro. Ele mente!

Por outro lado, seria de esperar que o Ministro da Saúde em demonstração de grande responsabilidade social e atuando de forma efetiva no combate à pandemia, respeitasse as recomendações da ciência. As mais evidentes são a determinação para se evitar aglomerações, usar máscara e a ênfase à vacinação ampla e irrestrita, tudo de modo a restringir a proliferação do tal COVID-19, vírus com preocupante resiliência.
E quanto ao mandatário principal? O “cara” estimula os seus “seguidores” à participação de movimentos contra os demais Poderes da República. Depois volta atrás e adiante torna a pedir que se posicionem contra o Congresso, STF, governadores e imprensa. Ele simplesmente não tolera a controvérsia. Mais que isso, um dia aparece de máscara falando da pandemia e suas imposições limitantes e noutro dia, vai a público, de cara limpa, dá as mãos, abraça e contraria as decisões do seu próprio governo. Gripezinha, “mi mi mi” e falas desrespeitosas aos milhares de mortes e seus familiares fazem parte da pantomima presidencial.

Nem vou me ater a vergonhosa participação do indivíduo que ocupa a presidência agora em Roma, porque não encontro palavras adequadas para explicitar esse comportamento que, aliás, choca autoridades e a opinião pública mundo afora.

Enfim, o fulcro desta minha peroração é a questão da vacina. Ao contrário do que prega o desgoverno central, entendo que se vacinar é acima de tudo uma questão de responsabilidade social discricionária, de respeito à vida e à saúde coletiva porque um não vacinado tem muito mais chance e capacidade de propagar o vírus.

Portanto, pelo bem coletivo o Estado tem a obrigação de exigir vacina, ao contrário do que está fazendo o governo genocida na PORTARIA MTP Nº 620, DE 1º DE NOVEMBRO DE 2021 que tem característica de ilegalidade, não vai prosperar e servirá apenas para gerar polêmica, única coisa que o governo central faz com maestria.

3 Comentário

  1. Não vou comentar, pois decidi voltar a falar de política somente após Bolsonaro se reeleger em 1º turno.

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