O Centro Regional Interprofissional Especializado Pós-Covid (CRIE), serviço oferecido pela Universidade Regional de Blumenau (FURB) que atende pacientes com sequelas ou complicações do Coronavírus, está completando cinco meses de atuação neste dia 26 de janeiro e já alcançou a cota de atendimentos prevista em contrato com o Consórcio Intermunicipal de Saúde do Médio Vale do Itajaí (CISAMVI).
O vice-reitor da FURB, professor João Luiz Gurgel, destaca o avanço neste período de atendimentos. “Nesses cinco meses nós tivemos um avanço muito grande no projeto do ponto de vista do seu funcionamento, da integração dos cursos, do atendimento e satisfação das pessoas que foram atendidas e isso foi muito bom”.
Para a enfermeira da Policlínica Universitária, que atua diretamente com o CRIE, Tatiana Caetano, a avaliação é positiva. “Eu acho que a gente cresceu muito, inclusive como comunidade universitária. A gente teve uma adesão muito grande dos cursos da saúde e têm acontecido trocas muito interessantes. Eu tenho certeza que isso vai contribuir demais para o crescimento profissional de quem já está formado e também pra uma formação muito mais qualificada dos nossos estudantes”.
Ela ainda destaca as palavras aprendizado e adaptação para representar esse cinco meses de atendimento. “Quando a gente escreveu o primeiro projeto para esse ambulatório, nós o fizemos meio que às cegas, porque era uma doença nova. Já havia muita produção sobre a fase aguda do Covid, mas ainda muito pouco sobre essa condição pós-Covid. Nós iniciamos em agosto e só dois meses depois a Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou um conceito do que é essa síndrome. Foi muito aprendizado nesses cinco meses para que nós pudéssemos entender o que é essa condição, como ela afeta as pessoas que convivem com ela, como afeta os familiares, os cuidadores, a comunidade, o que o serviço precisa pensar, o que os profissionais precisam estar atentos para despertar esse raciocínio clínico para essa nova condição”.
Desafios
O vice-reitor da FURB também pontuou os desafios futuros para o CRIE. O principal deles é divulgar mais o serviço para a comunidade.“Entre os desafios que temos pela frente, um deles é divulgar mais o projeto, fazer uma divulgação do serviço para as Unidades Estratégia Saúde da Família, porque muitas pessoas que têm essa condição do pós-Covid, esses sintomas longos, não sabem da existência do serviço. Essa é a uma meta que nós temos, de divulgação do nosso serviço para que a gente possa continuar atendendo”, afirmou.
A enfermeira corrobora e afirma que o grande desafio do CRIE é a chegada de novos pacientes. “Estamos pensando várias estratégias de captar esses pacientes, de aproximação com as Unidades de Saúde, uma divulgação maior pra comunidade do que é essa síndrome pós-Covid, que os sintomas que eles estão sentindo não são normais, não são da idade, que estão relacionados ao fato de em algum momento terem tido Covid. O nosso grande desafio hoje é fazer chegar essa informação e trazer essas pessoas ao nosso serviço”.
O CRIE
O CRIE foi inaugurado em 26 de agosto de 2021 em um ato simbólico que reuniu autoridades na Policlínica da Universidade Regional de Blumenau (FURB) e é fruto de um convênio entre a Universidade, o município de Blumenau e o Consórcio Intermunicipal de Saúde do Médio Vale do Itajaí (CISAMVI).
Os serviços do ambulatório funcionam através do Sistema Único de Saúde (SUS) e os atendimentos são feitos por uma equipe interdisciplinar, com acompanhamento de diferentes profissionais da saúde, incluindo médicos de diferentes especialidades, psicólogos e nutricionistas que farão um diagnóstico completo.
Esse atendimento interdisciplinar é possível porque é feito em parceria com os estudantes da FURB de diversas áreas da saúde, como medicina, fisioterapia, nutrição e psicologia.
Como ter acesso ao CRIE
A Síndrome pós-Covid se caracteriza por sintomas após três meses de o paciente ter tido Covid-19, ter problemas de saúde ou sintomas que duram por mais de dois meses e não possuir outro diagnóstico provável para os sintomas.
Alguns dos sintomas são: cansaço excessivo, tosse, nariz entupido, sensação de falta de ar, dor ou sensação de pressão no peito, palpitações, perda do paladar ou olfato, dor de cabeça e muscular, diarreia e dor abdominal, confusão ou dificuldade de pensamento.
Para acessar o serviço é necessário procurar uma unidade de saúde ou hospital para garantir a regulação do SUS, assim como é preciso ter sintomas e necessidades. Com isso, o médico encaminhará para a Universidade.
Fonte: Furb
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