Opinião: As sufragistas – 90 anos desde a conquista ao voto

Foto: Filme As Sufragistas

Nesta quinta-feira, 24, foi dia de relembrar uma conquista histórica para nós mulheres. Há 90 anos o voto feminino havia se tornado realidade no Brasil. Com isso, mulheres alfabetizadas e assalariadas começaram, finalmente, a ter direito ao voto. Esse longo processo ficou conhecido por ‘Sufrágio Feminino’. 

A aceitação para que as mulheres participassem da cidadania foi muito diferente em cada país e gerou debates de todos os tipos e níveis. Para quem já assistiu o filme ‘As Sufragistas’ (2015), pôde, ao menos, experienciar como foi a luta das mulheres nesta época. A protagonista do longa, Maud, é uma lavadeira sem formação política, que nunca questionou o sistema e que já estava “acostumada” com a opressão dos homens, inclusive do marido. A obra mostra esse despertar dela em busca da liberdade, do direito ao voto e da cumplicidade com outras mulheres que buscavam os mesmos direitos. 

A Nova Zelândia foi o primeiro país a reconhecer o direito ao sufrágio feminino em 1893. O movimento foi se intensificando e mais mulheres de todo o mundo passaram a reivindicar o voto em seus países. Mas o que mudou de lá pra cá? Vamos lá! Sejamos otimistas. Conquistamos o direito ao voto, o direito de sermos eleitas e de exercer o mandato. A muito custo, sim, mas conquistamos! 

Por isso, quando ouço alguém que diz que esses direitos foram dados, não posso concordar. A história nos mostra exatamente o contrário. A inquietação das mulheres nos trouxe dignidade, oportunidade e direitos políticos. Ainda assim, apesar de sermos 51% do eleitorado e da garantia dos 30% das cotas de gênero que sempre acabam ficando para as mulheres, a participação feminina na disputa ainda é tímida.

Essa semana eu estava pensando. Em Gaspar, por exemplo, está chegando as eleições dos vereadores mirins. A maioria das candidatas são meninas. Quando adultas, isso inverte. Ficamos em minoria na Casa de Leis. Mas por que? Porque na escola lideramos e depois nos deixamos ser lideradas? Eu entendo perfeitamente que a política e toda essa exposição é onde tem mais cancelamento e que muitas vezes ficamos em saia justa por conta de posicionamentos e tomada de decisões e esse sentimento afasta muitas pessoas da política. Porém, é por meio dela que nós construímos um lugar melhor para a nossa família, para a família de quem amamos e para o outro. 

Pensando nisso, qual é o lugar que você vai poder colocar em prática essa construção? Na política! Você não precisa estar efetivamente em um cargo eletivo para transformar a vida das pessoas e da cidade, claro, mas aqui é o caminho que te dá mais força e amparo. Nós mulheres já conquistamos tanto… temos tanto ainda para conquistar…

Pra mim, dias como esse são de reflexão. De pensar o que estamos fazendo para que essa história, essa conquista nunca seja em vão. Que a gente lembre da história e da conquista ao voto feminino como um combustível de coragem para seguirmos em frente.

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