Opinião: até o nosso reencontro!

Foto: reprodução

O mundo surpreende cada vez mais que avançamos e desenrolamos este novelo. É possível que lá dos céus exista alguém que, independente das vontades deste plano, escolha os caminhos que vamos percorrer, as agruras que afligirão o peito e principalmente as pessoas que, conosco, ajudarão nas escolhas frente as bifurcações da vida. Aos 17 anos, ainda sem rumo, um bom amigo estendeu a mão para ensinar, aliviar as quedas e construir coisas que eu jamais imaginaria que existiam em mim. Depois de tantas lições, quase duas décadas pra frente, meus dedos, unidas em oração, agradecem por tudo, desejando luz, paz e outras alegrias neste novo lugar que irá desbravar.

Tenho certeza que não faltaram palavras entre nós no tempo que convivemos. Poucos dias antes da devastadora doença bater em sua porta, tomamos um café e agendávamos a próxima conversa. Além do respeito de chefe, do político, do amigo, nossa relação era extremamente sincera. Em alguns momentos o sentimento que ficava era de um mestre e um discípulo. A paciência que sobrava dele faltava em mim.

Quantas vezes ouvi um alerta que começava com a frase: “Oh bicho… Pera lá! Calma bicho!”

Nem é preciso muito esforço para lembrar das histórias, dos momentos marcantes da trajetória. Poucas são as obras de Blumenau que existiriam sem a participação dele. Coisas pitorescas, como a ordem de serviço que combinou com Luiz Henrique, acredite: em um pedaço de guardanapo, para construção do Parque Vila Germânica, nosso maior equipamento turístico.

Durante a vida, ele doou muito para sociedade. Eu confesso que assumi muitas das dores da ingratidão das urnas, um dos motivos de eu buscar outro espaço profissional. Como, certa vez, o Ex-governador disse para mim: “a eleição do Paulo França é um imperativo de justiça”. Não tenho dúvida alguma que teríamos avançado bem mais, seriamos muito mais ouvidos em Brasília e Florianópolis, e representados com ele em qualquer um dos cargos que almejou.

“Se for para só aparecer na foto eu não vou!”, costumava repetir sempre, para reforçar que não estava no palco para promoção pessoal. Gostava de trabalhar, de resolver problemas e viabilizar o que para os outros era impossível. Normalmente escolhendo a discrição em seus feitos.

Por muito tempo traduzi as vontades dele de fazer e comunicar. Em tantas outras oportunidades foi ele quem decifrou meus pensamentos, convicções e ideologias.

Mas, foi preciso seguir a jornada. Até o fim dos meus dias por aqui manterei a saudade e recordações de um
amigo que acreditou nesta pedra quando parecia que nada existia dentro de mim.

Muito obrigado, Paulo França! Até o nosso reencontro, você já está fazendo muito falta.

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