Opinião – O triste fim dos nativos de Santa Catarina

Imagens: Bugreiros em captura de índios; Tropa de Bugreiros. Fonte: Arquivo Histórico José Ferreira da Silva.

Como se sabe, as terras que hoje compreendem os municípios do Vale do Itajaí já eram povoadas por grupos humanos a partir de 5.500 a.C. Estes grupos eram formados por caçadores e coletores que atingiram as terras do Vale por meio do Rio Uruguai. Já o povoamento do litoral se deu a cerca de 3.000 a.C., estendendo-se até praticamente a chegada dos primeiros grupos europeus.

Mas a sorte desses povos estava marcada para mudar no dia 22 de Abril de 1500, com o “descobrimento” do Brasil, onde os portugueses tratavam de engajar os nativos em seus projetos de exploração econômica da nova colônia. Os indígenas passaram a ser escravizados pelos colonizadores e os nativos que resistiram foram massacrados.

Na região do Litoral Catarinense, por exemplo, os Índios Carijós foram dizimados ou levados para o mercado de escravos de São Vicente, em São Paulo. Isto aconteceu ainda no primeiro século da Colonização, o que mostra que no primeiro contato com os Portugueses, os Índios – pelo menos desta etnia – já foram completamente dizimados.

No ano de 1865 a sorte dos nativos fora selada de vez pelo Presidente da Província de Santa Catarina, em sua “fala” a Assembleia, Dr João Coutinho afirmou “que a única maneira realmente eficaz seria obrigar esses assassinos e filhos de bárbaros a deixarem a floresta, localizando-os em lugares que não pudessem fugir”. Com este acontecimento oficializou-se o ditado “índio somente é bom morto”, o que também contribuiu para a extinção dos povos originários em nossas terras que foram os chamados Bugreiros, que eram chamados também de “pacificadores”. Os bugreiros tinham a missão de afastar os nativos dos colonos e imigrantes, já que estes faziam rotineiros ataques as Vilas ocupadas pelos colonos. Entre os anos de 1836 a 1879, várias tentativas do governo de pacificar os indígenas não lograram êxito.

Na prática, os bugreiros foram responsáveis por continuar o massacre dos governos português e brasileiro nas pobres aldeias indígenas. Os nativos que sobreviveram às investidas por parte do estado, refugiaram-se em áreas de proteção designadas pelos próprios governos, como na cidade de José Boiateux.

É bom lembrar que os colonos (imigrantes) não tinham bom relacionamento com os nativos (pelo menos, a grande maioria dos imigrantes) chegando até a financiarem incursões destes “pacificadores”.

Fontes: Simplesmente Gaspar, Leda Maria Baptista, 1998, Editora Nova Letra

1 Comentário

  1. Hoje em dia a história não é diferente.
    Porém quem continua com o exterminio dos povos nativos se hospeda no Planalto Central com o apoio de muitos descendentes (principalmente de nosso “vale europeu”) dos que invadiram (e não que descobriram) essas terras!

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