Ainda é cedo. Ele mal acordou. Lavou o rosto, escovou os dentes, se vestiu e saiu para trabalhar. No caminho do serviço ele liga o “pendrive” que tem um gostinho de chiclete e faz fumaça. Ainda é cedo, mas ele já deu a primeira puxada no trago. Se jogar na barra de pesquisa do Google ‘cigarro eletrônico’, rapidamente aparece diversas matérias do Brasil e do mundo com menos de 24h de publicação falando sobre os efeitos colaterais e problemas causados pelo uso do aparelho.
Presente em qualquer festa, jovens e adultos – de diferentes idades – utilizam o cigarro eletrônico como forma de se entrosar, descontrair e interagir. O popular vape pode, sim, conter nicotina, substância essa responsável pela dependência química. Em entrevistas para jornais e sites como IstoÉ e Jornal USP no Ar, a especialista em dependência química da área de Pneumologia no Hospital das Clínicas (HC) da USP, Stella Martins, diz que “usuários de cigarro eletrônico têm 42% de chance a mais de terem um infarto do que aqueles que não fazem uso do produto. Os cigarros eletrônicos possuem o que é denominado de supernicotina, que é o sal de nicotina, muito mais potente que a substância presente nos cigarros tradicionais”.
A indústria do cigarro é criminosa. Ela literalmente quer todas as idades com dispositivos eletrônicos na boca, ou seja, querem dependentes, querem lucro. Embora a comercialização, importação e propaganda de todos os tipos de dispositivos eletrônicos sejam proibidas no Brasil desde 2009, é muito fácil encontrar o item sendo vendido em qualquer comércio. O filho que antes pedia para o pai e a mãe parar de fumar, se tornou o filho que acha normal usar o cigarro eletrônico por não ter um cheiro ruim ou possuir um formato mais bonito.
Diariamente escutamos bastante gente mais velha dizendo “era bonito fumar na minha época”, mas hoje… hoje isso é estupidez. Com tanta informação que se tem sobre o assunto é difícil acreditar que alguém se sujeita a colocar a saúde em risco para fazer fumaça. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), enquanto o número de usuários aumenta, além da alta letalidade, os custos dos danos produzidos pelo cigarro – seja ele o antigo ou o vape – na saúde e na economia são gigantes: mais de R$ 92 bilhões, o equivalente a 1,8% de todo PIB brasileiro. Desse total, mais de R$ 50 bilhões são dos custos diretos do sistema de saúde.
Afetou a saúde pública. Fumantes ou não, todos nós estamos pagando por isso. Se na tua época era bonito fumar, agora não é mais. Ninguém fica legal fumando. Ninguém fica menos careta, mais bonito, divertido, inteligente, popular, maneiro, massa, ou seja lá qual adjetivo usar. É brega. É feio. É estupidez. O jovem se tornou escravo do aparelho eletrônico. Jejua com ele, dorme com ele, vai pra balada com ele. A verdade é que no futuro quem faz uso disso vai desejar ter parado hoje, ou melhor, vai desejar nem ter começado.
Cara Franciele , dois males atingem a população , cigarro e políticos .
Podemos escolher , mas infelizmente a população não leva em conta a letalidade o cigarro e não a letalidade que os políticos cometem.
Se uma companhia de cigarros fizer doação para uma campanha política, vamos ver político falar mal da indústria ?