Antes de começar preciso fazer um alerta: O texto de hoje pode não ter tanto sentido. E alguma coisa neste ano está claramente explicado para você? Salvo um alguém da pior qualidade, duvido muito que desenhou, pedindo aos céus quando os fogos diziam adeus ao 2021, um desenrolar dos dias tão duros quanto estes.
No fim, tudo é resumido em um apertado caminho com poucas alternativas. Não dá para blindar a vida das adversidades que vão surgindo, mesmo desejando intensamente, planejando como loucos… Coisas imprevisíveis simplesmente acontecem, com a frequência que a sorte pedir. E como você esteve de janeiro até agora?
Talvez a única certeza, ignorada repetidas vezes, é que na próxima curva podemos encontrar algo totalmente fora do roteiro esperado, novo e não necessariamente bom! Acontece… a realidade é mais dura que ensinam na infância, preciso admitir.
Parece, ao menos para mim, que 2022, e os seis meses que deixamos no passado, foi como descer uma imensa ladeira extremamente sinuosa. Um susto em cada curva, lágrimas nas derrotas, pavor com as notícias e uma tristeza infindável com tantos retrocessos.
E como não ter medo do que pode acontecer antes do natal chegar, anunciando o reinício de tudo, mais uma vez? “A vida é muito curta para aqueles que esquecem o passado, negligenciam o presente e temem o futuro”. Diante de nós, Sêneca anotaria esta passagem. Imagino que o estóico não manteria a sóbria serenidade característica destes pensadores.
Manter uma postura de temor não ajuda, é evidente. Estar presente e alerta, sentido aquilo que o momento ensina, isso sim, torna-se um instinto de defesa, quem sabe até de sobrevivência. Sobre isso, mantenho a minha crença: o homem planeja e Deus ri!
É verdade que vivemos momentos estranhos, que rasgam-se vários dos princípios mais valorosos. A tolerância abre espaço para barbárie, com a força de guerras que destroem a pureza dos corações de muita gente boa.
Bom seria ter opções para mudar o rumo, retomar de algum ponto que representasse esperança, fechando o ano com um punhado de vitórias e conquistas para guardar na memória. Mas, o fato é que o momento pede mais calma e menos euforia. Paciência para aguardar o avançar dos dias. Despir um tanto do fardo que levamos nos ombros pode ser uma ajuda.
Em cada semestre que avancei fui conhecendo melhor meus limites, minha ignorância, minhas vontades. Já entendi que não basta trabalhar, empenhar esforco e desejar. O que aprendi, acima de tudo, é a seguir em frente.
Como escreveu uma vez Leonard Mlodinow, “a grande ideia é a de que, como o acaso efetivamente participa de nosso destino, um dos importantes fatores que levam ao sucesso está sob o nosso controle: o número de vezes que tentamos rebater a bola, o número de vezes que nos arriscamos, o número de oportunidades que aproveitamos. Pois até mesmo uma moeda viciada que tenda ao fracasso às vezes cairá do lado do sucesso”…
Siga em frente mesmo que os próximos seis meses sejam uma eterna viagem sem fim. O barco já está na água, o negócio é continuar a remar.
Seja o primeiro a comentar