Desde o último dia cinco estamos no Brasil oficialmente em mais uma campanha política. Além do cargo de presidente, estão em disputa também os cargos de Deputado Estadual, Federal, Senador da República e governadores do Estado. Cientistas políticos e especialistas eleitorais apontam que este é o certame eleitoral mais importante desde a redemocratização. Porém, o que está em jogo é muito mais do que a ocupação dos cargos em disputa. Uma eleição é a avaliação do último quadriênio e a definição dos caminhos que queremos que o nosso país trilhe nos próximos quatro anos. Debateremos o futuro da nossa nação.
Entre os debates que precisamos enfrentar está a geração de emprego e renda. Independente do vencedor do pleito eleitoral, o próximo governo terá que enfrentar a relação capital e trabalho. Desde 2014, com a reforma trabalhista, mergulhamos de vez num cenário de desemprego e informalidade. Os ideólogos do neoliberalismo prometiam 6 milhões de empregos. Hoje temos no país 10 milhões de pessoas procurando emprego. Cerca de pouco mais de 9% dos brasileiros. Se somarmos os 40% que vivem na informalidade é a metade da força produtiva da nação. A ponte para o futuro nos trouxe a uma tragédia socioeconômica.
Umas das saídas possíveis está no incentivo e implantação de políticas econômicas de cunho solidário. Empreendimentos possuem diversas formas de organização, porém, são uma alternativa de organização do trabalho, geração de renda e uma estratégia de enfrentamento da desigualdade social. Baseiam-se na produção e na autogestão do trabalho exercida pelos próprios trabalhadores. Todos os que trabalham são donos do empreendimento, da mesma forma, os resultados são distribuídos de forma justa e solidária.
O modelo que já possui experiências efetivas em diversos lugares no mundo. O exemplo mais famoso é a Corporação Cooperativa tem sua origem na pequena cidade basca de Mondragón, ao norte da Espanha, em 1956. Em pleno franquismo, a partir de uma escola técnica com ensino de economia e sociologia, deu início a uma revolução que hoje conta na cadeia produtiva com indústrias, bancos e universidades. Todos de forma cooperativa e solidária.
No período de 2003 a 2016 tivemos no Brasil a Secretaria Nacional de Economia Solidária (SENAES) em 2003. Uma iniciativa capitaneada pelo economista Paul Singer chegou a contabilizar 22 mil empreendimentos solidários. Envolvia um exército de 1,7 milhão de trabalhadores. Uma pequena mostra que pensar em uma outra economia não é utopia. É possível, urgente e necessário.
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