Opinião | Quando a universidade faz sua parte, faz história!

Foto: reprodução

As paredes e os muros não falam, interagem, nem acrescentam respostas. São peças, quase como cenários de teatro, surdos labirintos, frios e moribundos, sem vida, sem força… Uma sala, por mais pioneira e antiga que se apresente, não contém peso algum quando nela não existir voz, vontade e um punhado de gente. Ainda que as estruturas tenham sua relevância, sem pessoas, sem ideias, posições, divergências, sem discussões, sem liderança, nenhuma universidade assume protagonismo algum nas transformações na sociedade.

Os livros podem conter as teorias mais lindas e diversas, porém, para quem sente a dureza da sobrevivência, do experimento, do enfrentamento, da real dos dias, a beleza desaparece. A produção universitária, para ser mais que uma montanha de palavras metodologicamente fofinhas e arquivadas, precisa dialogar com o seu tempo, entregar o obrigatório conhecimento e ir muito além.

É difícil pensar como pode defuntar coragem, talvez nem seja por maldade, este pouco interesse em questionar e pautar os diversos atores da comunidade. No debate dos buracos, das ruas, de construções e encruzilhadas, dos próprios rumos, das molecadas, faltam movimentos e propostas empilhadas.

Goste você ou não o tempo avança. Os nomes passam e são esquecidos… e os anos seguem levando as expectativas, os sonhos e toda esperança de transformações. Entra para história aquele que não titubeia em assumir posição, romper com a comodidade, com velhas ideias e medos….

Foi nesta pegada que o exemplo atravessou muitas décadas. Nasceu lá nos idos de 1970 e, com força de muitos mestres, avançou contra a ditatura. Não envelheceu. Vencendo o impiedoso tempo, reeditado uma defesa antiga, uniu o Brasil pela democracia. A Universidade de São Paulo (USP) entregou nesta semana mais uma lição importante. O manifesto é do povo, e reforça mais de um milhão de motivos para, no centro da universidade, reivindicar respeito ao direito de escolher, de votar.

A USP foi destaque em compreender e desempenhar um papel importante, lutando por toda a comunidade. Que práticas, com engajamento social, reverberem temas, motivos em todo país. Que as universidades façam sua parte, façam história!

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