“Há décadas em que nada acontece e há semanas em que décadas acontecem”. A famosa frase de Lenin reflete os sete últimos dias que vivemos nesta terra de Cabral. Nenhum outro assunto foi mais repetido que a eleição e o que as urnas devem apontar. Uma expectativa que ocupou além dos pensamentos, o coração dos brasileiros.
O voto ganhou, neste ano, um sabor, talvez não experimentado antes, após redemocratização, como aquele que um casal conhece ao trocar longos beijos de amor em praça pública. A sociedade está apaixonada por seus candidatos e escolhas sem nenhum pudor de expor sua privacidade, a liberdade de guardar em segredo o que apertará na urna eletrônica. Um calor, meio juvenil que, para defender com ardor e prazer o seu lado, atropela o juízo, a civilidade e o respeito.
O tempo, que ensina para os jovens e inexperientes namorados com é o viver bem, em paz, em sociedade, também contribuirá para que todos possamos conviver com os enfrentamentos eleitorais de forma mais leve, natural e menos ruidosa no futuro.
É uma esperança! Tudo é questão de o avançar dos anos, lentamente, como um refrescar à memória, traga para luz o diálogo, a compreensão, aquele entendimento que desejamos o mesmo: prosperidade individual e coletiva.
Winston Churchill, o primeiro ministro que liberou o Reino Unido durante o período da segunda guerra mundial, foi, para mim, o político mais complexo que o mundo já conheceu. Uma mistura de bandeiras que não caberiam – e nem é o objetivo – neste texto. Uma das frases atribuídas a ele diz que “ninguém pretende que a democracia seja perfeita ou sem defeito. Tem-se dito que a democracia é a pior forma de governo, salvo todas as demais formas que têm sido experimentadas de tempos em tempos”.
Por mais que as discordâncias existam, que pessoas pensem e trabalhem a política de maneira distintas – realmente existem homens e mulheres preocupados em servir bem a sociedade, com o poder do voto -, somente a democracia é capaz de gerar transformações. Que neste domingo possamos todos fortalecer o vínculo de responsabilidade com o exercício de escolher os rumos do Estado e do país em paz, decência e sabedoria. Vote!
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