Uma aula no curso de Educação Especial da FURB virou caso de polícia na noite desta segunda-feira, em mais um triste episódio de racismo em Blumenau. Uma aluna denuncia que uma colega, com a conivência de outros colegas e da própria professora, acabaram a coagindo numa discussão sobre temas racistas em sala.
A discussão já estaria sendo feita, de forma acalorada, em grupos de whats dos alunos e descambou no encontro presencial desta segunda. A estudante, preta, se sentiu ofendida e acuada, e a Polícia Militar foi chamada. Um grupo de estudantes se mobilizou na porta da sala e ficou do lado de fora protestando contra a suposta agressora, a chamando de racista e gritando palavras de ordem
Os policiais militares registraram boletim de ocorrência no local, mas não levaram ninguém para a delegacia, por entenderem que o caso era de injúria racial e não racismo. Eles retiraram a aluna que teria feito a agressão e outras pessoas de sala de aula e a escoltaram para fora da FURB, com muitos protestos, que questionavam um suposto apoio a agressora e não a vítima.
O professor Romeu Hausmann, Pró-Reitor de Ensino, foi chamado e ao chegar ao local a polícia estava presente. Ele, em nome da universidade, lamenta o ocorrido, destaca que a FURB não compactua e não admite nenhuma prática de preconceito, seja de quem ordem for e que medidas disciplinares serão tomadas, mas dentro do devido processo legal, através de uma sindicância interna. “É uma situação bastante desagradável, a ponto de termos a presença polícia, é um fato grave que não pode ser ignorado”, afirma Romeu.
O professor destaca que será feita uma mediação entre alunos e a professora desta disciplina para dar continuidade, mas que nesta semana a aula deve ser remota até os ânimos se acalmarem. Diz que a universidade vai ouvir e amparar a vítima.
A aluna, não quis se manifestar tendo em vista que ainda está abalada com tudo que aconteceu e não se sente segura pra voltar pra Universidade.
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