A preocupação com os animais sempre existiu, mas não era uma “causa”, não existiam debates sobre políticas públicas, nem protetores voluntários organizados e muito menos redes sociais. De uns dez, quinze anos para cá o tema ganhou relevância social e entrou na pauta dos agentes públicos.
Blumenau foi uma das cidades pioneiras em políticas públicas. Ainda no primeiro mandato do Governo Napoleão Bernardes (PSD) foi criada a diretoria de proteção animal que fez surgir o Cepread, local para receber e acolher animais feridos e abandonados. Uma iniciativa importante, pioneira, mas que se revelou insuficiente, pois a demanda é maior que a estrutura oferecida.
Nos últimos anos, a causa animal entrou também no radar dos políticos, que percebem o potencial de estar aliado a esta pauta. E quando escrevo isso, não estou dizendo que os políticos estão sendo oportunistas, muitos já tinham engajamento com o tema, mas nem todos.
Blumenau tem um vereador bastante engajado com a pauta, Bruno Cunha ( Cidadania). E elegeu um deputado estadual que tem esta bandeira, o delegado Egídio Ferrari (PTB). Até o ano passado, os dois eram aliados, mas algo aconteceu no caminho e eles se distanciaram.
No final da semana passada, o deputado Ivan Naatz (PL) usou a tribuna da Câmara de Blumenau para furar o anúncio do delegado regional Rodrigo Marchetti (PSD), sobre a criação de uma delegacia especializada para atender ocorrências relacionadas aos animais, um anseio de parte da comunidade e dos protetores voluntários, notícia saudada pelo vereador Bruno Cunha.
A criação de uma delegacia era uma das propostas de campanha do delegado Egídio Ferrari quando assumisse a Assembleia Legislativa. Com o anúncio, Ivan e Marchetti que disputam espaços com o delegado agora deputado, esvaziam uma pauta dele.
Independente da política, o que se quer ver é realmente a causa animal tendo o protagonismo e a seriedade que precisam ter.
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