Quando começamos o Informe Blumenau, uma das dúvidas que tivemos dizia respeito aos comentários: moderar ou liberar ? Foi um debate aprofundado entre os dois sócios – Alexandre Gonçalves e Fabrício Theophilo – e algumas consultas aos universitários, melhor, a especialistas amigos.
É claro que o grande barato da Internet diz respeito a esta via de mão dupla da comunicação, mas não entendo ser esta uma justificativa para abrir espaço para determinadas situações: manifestações preconceituosas, ofensas pessoais, acusações sem as devidas comprovações e os “fakes”, gente esclarecida que acha legal falar dos outros com uma máscara, escondendo a identidade e, também, os interesses.
O Facebook aceita tudo, é terra de ninguém e vale reler o post da Marina Melz aqui no Informe sobre o tema. Mas não é esta proposta do nosso portal. Respeitando todas opiniões, necessárias e muito bem vindas. Mas o bom senso faz parte de uma sociedade civilizada, que nas redes sociais teima em ser primitiva muitas vezes.
Em respeito aos leitores e aos bons debatedores, decidimos por moderar os comentários. Perde-se um pouco em agilidade, ganha se em qualidade, assim entendemos. Quando publicamos no Facebook, eles são inevitáveis. Alguns nos incomodam bastante. Mas lá não podemos fazer muita coisa. Mas aqui no Informe, queremos contribuir com respeito, somando as diferentes opiniões.
Fiz esse nariz de cera, para falar do artigo do guru xará, Alexandre Gonçalves, publicado no seu Primeiro Digital. É mais uma, das tantas reflexões para quem se propõe a trabalhar na Internet com conteúdo informativo, em meio a tormenta de mensagens difusas.
ALEXANDRE GONÇALVES
Jornalista
Comentários na berlinda
Primeiro, a Wired com o post Uma breve história sobre o fim dos comentários. Agora, o Xataka, que ouviu autoridades do jornalismo digital como professor o Ramón Salaverría, para a produção do post Matar ou não matar os comentários, eis a questão.
Ou seja, os comentários na internet estão na berlinda. E é curioso isso. Em tese, a possibilidade de participação direta, efetiva e, muitas vezes, livre e sem moderação dos leitores é o que sempre diferenciou a mídia digital dos demais meios. Perde-se um diferencial quando comentários são fechados. Mas o chavão do Aranha está aí para ser usado: com grandes poderes vêm grandes responsabilidades. E na média, vamos combinar, o que menos tem por aí é comentarista de internet responsável.
Lá no início, talvez, no cenário sem Facebook bombando, por exemplo, fosse o caso de realmente manter e apostar firmemente na participação dos leitores.
Era para ser uma (r)evolução, certo? De mais para menos filtro.
Começando pela carta, pulando para o telefone, migrando para o e-mail, registrando no mural, moderando os comentários em posts, abrindo para tweets, escancarando no Facebook e enlouquecendo com WhatsApp.
Quem dá conta? E mais do que isso: se o veículo se esforça para produzir algo de qualidade, seria a lógica esperar participações de qualidade. Mas não é que se lê. E não me refiro aos robôs e malas que usam o espaço para merchans. Falo mesmo é da real contribuição dos comentários ao que se é produzido.
Sou sim a favor da participação dos leitores. Mas como está, não dá para ficar.
O texto da Wired reúne alguns exemplos de como sites estão lidando com a questão. E eu particularmente gosto da ideia de retomar o bom e velho Fale com o Editor. Me parece uma alternativa interessante para brecar o ímpeto dos comentaristas de internet que não podem ver uma caixinha vazia e vão logo destilando seu ódio, seu veneno. Um link para enviar seu comentário para a pasta do editor talvez seja um caminho um pouco mais longo, o que poderia gerar aqueles segundos de reflexão que fazem tanta falta.
É importante termos um canal de comunicação onde podemos expressar nossa opinião sobre os assuntos abordados , obviamente pautando por respeito e lealdade aos fatos , jamais se escondendo por trás de “Fakes” .
Com relação a FAKES, depende do ponto de vista. Já fui ameaçado por telefone por postar comentários defendendo a democracia e o governo. Quando eu comentava os post do Cao Hering no Facebook, fiquei impressionado com a quantidade de ricos mal educados que moram em Blumenau. Fui chamado de petralha, vagabundo do bolsa família, comunista, ladrão, apoiador de corrupto, e nomes obscenos que por motivos óbvios não posso publicar aqui. Portanto o termo fake, pode significar uma defesa numa terra de tantos mal educados.
Blogs da RBS aceitam fakes, desde que respeitem os termos dela.
Independente do que pensem ou falem de minha pessoa , deixo minha opinião , não concordo com “Fakes” , quando damos nossa opinião temos que saber receber criticas, até porque não existe verdade absoluta. Nenhum blog ou outro canal de comunicação deveria aceitar “Fake” , quem se utiliza deste argumento não deveria postar sua opinião , pois não tem coragem de sustentá-la ou mostrar quem realmente é .
Nunca recebeu uma ameça por telefone, nunca foi hostilizado na rua. Coragem de receber criticas eu tenho, geralmente ainda sou chamado de petralha, mas não posso correr o risco de me por em perigo. Lamento que o Alexandre Gonçalves limite o debate por causa disso. Talvez ele não esteja analisando todos os pontos de vista.
Quem faz ameaça por telefone é porque não tem coragem de olhar nos olhos de quem esta ameaçando, este tipo de gente só quer palanque . Cada individuo tem a liberdade de expressar sua opinião , sabemos que não haverá unanimidade nas opiniões , ameaça é para covarde . O blog precisa manter seu limite, caso contrário perde sua essência .Sabemos que muitos oportunistas utilizarão este canal de forma errada caso não exista um limite no debate .