“Brasil tem condição de ser o primeiro país a atingir as metas do Acordo de Paris”, diz cientista na FIESC

Foto: divulgação

O Brasil tem toda a condição de ser o primeiro país a atingir as metas do Acordo de Paris e ser um líder no mundo, disse o cientista e climatologista Carlos Nobre. Ele participou de painel que discutiu a descarbonização da economia, no Fórum Radar Reinvenção, promovido pela Academia FIESC de Negócios, nesta quarta-feira, dia 23. No evento também foram realizados debates sobre os talentos do futuro, a logística e as cadeias globais, além da reindustrialização de Santa Catarina.

“Temos condições de implementar as metas de redução, zerando os desmatamentos e começando a dar uma escala para a agricultura regenerativa e para o setor industrial migrar cada vez mais para as energias renováveis”, declarou Nobre. Pelo Acordo de Paris, a meta é limitar a 1,5ºC o aumento da temperatura no fim do século.

No painel que debateu os talentos para o futuro, o analista sênior e vice-chefe da divisão de educação e competências da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), Stéphan Vincent-Lancrin, disse que ainda que a tecnologia avance a passos largos, o cérebro humano é muito melhor do que computadores. Para o especialista, desenvolver habilidades como pensamento crítico, raciocínio lógico e criatividade é essencial para a inovação. Ele lembra que o Brasil logo se tornará membro da OCDE e possui iniciativas alinhadas aos demais países-membros. “Grandes mudanças estão ocorrendo no mercado de trabalho, como o surgimento de robôs digitais, que poderão mudar as ocupações. Indústrias estão sendo digitalizadas e uma das consequências disso é a polarização do mercado de trabalho que demanda mais pessoas altamente capacitadas”, ressaltou.

No debate sobre logística e cadeias globais, o gerente de logística na ArcelorMittal, Marcelo Luís de Campos, disse que é de extrema importância a diversificação dos modais de transporte de cargas. “Não é possível que vamos ficar concentrados no modal rodoviário; o caminhão é essencial, vai estar presente em todos os modais, mas não pode mais fazer trajetos gigantescos”, afirmou. Ele entende que o país precisa resolver as questões regulatórias da cabotagem e do sistema ferroviário. “Concessão de 30 anos para operação de trens no Brasil é insuficiente. Precisa de no mínimo 100 anos, caso contrário teremos situações de investimentos pífios e exploratórios”, salientou.

O painel de encerramento do Fórum Radar abordou a reindustrialização de Santa Catarina com a participação do presidente da FIESC, Mario Cezar de Aguiar, do economista da FGV, Paulo Gala, além do economista e diretor-geral do SENAI, Rafael Lucchesi.

Fonte: FIESC

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