Como um bom brasileiro, que carrega no nome uma homenagem a um jogador de futebol, gosto muito de Copa do Mundo. As ruas ganham um clima contagiante de expectativa que mistura até mesmo os adversários que ontem disputavam votos nas urnas. Quebra o ritmo que os dias vão impondo como normalidade, e acrescenta esperança de que algo coletivo, mágico e feliz possa ocorrer. Agora, preciso dizer, também, que não existe maturidade – nem em mim, nem no Brasil – para esta disputa no mês de dezembro.
Definitivamente, o pobre infeliz que inventou este negócio de organizar a Copa do Mundo, com os jogos mais importantes rolando próximo do natal, merece ter um CNPJ no comércio verde e amarelo ao menos uma vez na vida só aprender e nunca mais repetir tamanha besteira. O lojista – varejista em especial -, é o torcedor que mais está apanhando em campo neste ano, com um segundo semestre repleto de eventos marcantes, que atraíram a atenção do povo, dificultando a missão dos vendedores em bater suas metas.
Para não desagradar nenhum lado, iniciamos julho proibindo algumas cores em vitrine, com cuidado especial com os valores de mercadoria para não remeter aos candidatos. Com o avançar dos meses, celebramos o retorno da Oktoberfest em paralelo com o dia Das Crianças. Vencida a batalha eleitoral, eis que chega a grande questão: é Black Friday, Natal ou Copa? Uma salada de promoções e um carnaval de decorações nas lojas que, em uma linguagem futebolística, não encontraram entrosamento.
Em retrospectiva, os últimos números divulgados sobre as vendas no varejo remetem ao mês de outubro. O período traz uma forte desaceleração no ritmo do comércio. Boa parte dos brasileiros sofre com um alto nível de endividamento, com a renda das famílias muito apertada, diminuindo o consumo.
O calendário seguiu naturalmente o curso de 2022. Nos dois meses de fechamento do ano, na boa, o país parou assistir à seleção em campo. Esta é a nossa tradição e nenhuma outra é maior! Somos tão apaixonados por Copa que, tenho certeza, se a final ocorresse no dia 25 de dezembro até o Papai Noel faria uma pausa na entrega dos presentes, o peru celebraria o adiamento da ceia e nem mesmo as crianças estranhariam a festa começar mais tarde, com gritos de campeão.
A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) divulgou nesta semana uma revisão na projeção do volume de vendas para o varejo no período de natal. A expectativa é um encolhimento daquilo que era esperado para comércio neste fim de ano. Parte justificado pelo campeonato.
O torneio mais importante do planeta, de certa maneira, coordena o calendário cultural nesta terrinha desde que inventaram a competição. Natural para um país que as grandes conquistas e reconhecimentos internacionais ficaram, por décadas, – fora um lampejo ou outro aqui e ali – limitados aos títulos alcançados com a bola no pé.
Unir os jogos com a data mais importante para o comércio nacional parece, aos meus olhos, que não é uma estratégia prudente e desejada por qualquer lojista experiente. Agora, faltando menos de 15 dias para o natal, talvez o crescimento na intensidade no jogo de atrair clientes para as lojas seja a consolação que restou para a precoce eliminação da seleção brasileira na Copa do Mundo.
Já que o hexa não veio do Catar, que ao menos possamos registrar um movimento legal nas lojas, micro e pequenos negócios. Para começar um 2023 mais fortes e renovados de esperança. E, claro, se você, que passeia na região central de Blumenau, quiser vestir a camisa amarela da Foster Pet Place, comprando conosco o que o seu pet precisa, ficarei ainda mais feliz.
Você está ciente que a copa do mundo não ocorre em dezembro né? Foi por causa da pandemia, meses antecipadamente o lojista sabia, não se organiza quem não quer.
E outra as baixas vendas é pela falta de grana mesmo, tudo o olho da cara e mais um ano repleto de Black fraude dos lojistas que no Brasil nunca entenderam direito o significado de Black Friday de verdade que é de limpar o estoque com produtos a quase preço de custo.