Opinião | O que esperar de 2023

A simples virada do calendário de um ano significa nada. Ou melhor, apenas uma simbologia que marca reflexões e promessas, que só terão efeitos se nós, em nossas individualidades, colocarmos em prática, o que, para a grande maioria das pessoas acaba apenas como a palavra diz, promessas.

2023 vai ser diferente, vou me cuidar mais, dar mais atenção para os meus, tentar um trabalho novo, fazer aquela viagem, quem sabe trocar de carro, terminar aquele curso, cuidar da horta. São tantas coisas que nos propomos a fazer nas viradas de ano, que, mesmo sem contar, a lista pode tranquilamente preencher os 365 dias do ano de tantas que são.

Eu, pessoalmente, não acredito nisso, mas gosto do clima que se cria e fico feliz pelas pessoas que cumprirão  suas metas no ano que começa e entendo a maioria que não vai conseguir.

Para o Informe Blumenau, aqui me referindo a pessoa jurídica, o ano de 2023 promete um novo horizonte no campo da nossa maior matéria prima, que é a política. E observem que falo em novo horizonte e não necessariamente pior ou melhor.

Mas me atrevo a escrever que a expectativa é promissora, muito mais pelo presidente que sai do que pelo presidente que entra. O Brasil viveu, nos últimos seis anos, uma criminalização da política, que culminou com a eleição de um deputado federal de sete mandatos desqualificado sob a égide da “nova política”.

Jair Bolsonaro comprovou o que conhecíamos dele e evidenciou um lado ainda mais obscuro, do egoísta, do insensível social, do negacionista, do preconceituoso, do violento e tantos adjetivos negativos para o, sem dúvida, pior presidente da história deste país.

A minha expectativa é que o clima beligerante criado nos últimos anos se dissipe ao longo de 2023 e que a política faça uma “concertação” (combinação, entendimento sobre algo) com novas bases e volte a navegar pelos mares da democracia com tranquilidade.

Lula tem 77 anos e a missão de fazer esta transição, que é uma retomada para o curso normal da história. Ele sabe onde errou, é maior que o PT e tem que cuidar para não repetir os erros que nos fizeram chegar ao esgoto que  bolsonarismo representa. Muito do que aconteceu nestes últimos anos tem relação com o PT sim e o partido e seu líder maior precisam se esforçar para mostrar que os votos recebidos em 2022 não são apenas contra Bolsonaro, mas que correspondam a expectativa de fazer um Governo diferente.

1 Comentário

  1. A história contará quem vai queimar a língua…

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