Ato de protesto e passeata contra LGBTfobia acontece dia 5 de agosto em Blumenau

Fotos: divulgação

A ONG Mães do Amor em Defesa da Diversidade promove no dia 5 de agosto um ato de protesto contra a LGBTfobia em frente à Prefeitura de Blumenau. Depois está prevista uma passeata até o Parque Ramiro Ruediger, local dos últimos ataques LGBTfóbicos, há duas semanas.

O trajeto da passeata tem cerca de dois quilômetros e deve reunir entidades que lutam por direitos e contra a violência direcionada a grupos historicamente atacados por serem diversos.

Os atos repudiam ações discriminatórias e pedem o esclarecimento dos fatos relacionados aos panfletos com mensagens contra a população LGBTQIAP+ encontrados no Parque Ramiro Ruediger no dia 15 de julho. Segundo a presidente da ONG Mães do Amor, a advogada Rosane Magaly Martins, o grupo – com diversas pessoas e que se reunia para um piquenique – também foi pressionado a retirar do local todo o material em alusão ao encontro.

Ainda na mesma ocasião, representantes da ONG dizem que um dos policiais militares teria negado o registro de denúncia contra os responsáveis pela impressão e distribuição dos panfletos apócrifos. Segundo testemunhas, ele teria dito que as mensagens dos folhetos estavam corretas e que a postura das denunciantes é que seria passível de processo por intolerância religiosa.

Segundo a organização do ato, os fatos ocorridos no parque são consequência de uma série de violações de direitos e atos discriminatórios contra a população LGBTQIAP+ que vem acontecendo na cidade e se intensificando nos últimos tempos, grande parte de forma institucionalizada e listam:

  • a retirada das pessoas LGBTQIAP+ do Plano Municipal da Juventude, aprovada na Câmara de Vereadores de Blumenau a pedido do prefeito;
  • ataques criminosos aos direitos da população LGBTQIAP+ praticados por vereadores utilizando-se da imunidade parlamentar;
  • a suspensão da participação dos profissionais do Centro Especializado em Diagnóstico, Assistência e Prevenção – Cedap, nos piqueniques mensais, que teria acontecido a pedido do Secretário Municipal de Saúde.

Projeto do vereador Bruno

Outra situação que repercutiu na cidade – que também é motivo dos atos -, é o projeto do vereador Bruno Cunha (Solidariedade) que foi rejeitado pela Câmara de Vereadores. O texto do Projeto de Lei previa que condenados pela Justiça por crimes de LGBTfobia ou racismo fossem impedidos de ocupar cargos públicos, desde o trânsito em julgado até o cumprimento da pena.

A derrota, por sete votos a três, foi recebida com perplexidade pelo autor do Projeto de Lei e também por entidades que trabalham em defesa dos direitos de grupos étnicos e da diversidade sexual.

Para a presidente da ONG Mães do Amor em Defesa da Diversidade, é hora de deter a escalada de ataques.

“Não podemos assistir calados o que vem acontecendo em Blumenau. É hora de levantar a nossa voz em defesa da vida, contra a violência e pelo direito de ser quem somos. Nós também lutamos pela família, por todos os tipos de família. O ato de protesto é pra dizer que nossos filhos existem e merecem respeito. Basta de LGBTfobia institucionalizada.”

Os organizadores do protesto já fizeram o comunicado sobre o ato à Polícia Militar e ao Seterb, assim como também foram atendidos todos os trâmites exigidos pela Prefeitura de Blumenau. Uma Oficina de Confecção de Cartazes para o protesto será realizada neste domingo, 30, a partir das 14 horas, no Green Place Park. A oficina é aberta para quem quiser participar. Os oficinantes devem levar materiais como papel, cartolina, tinta, pincel e canetão.

Da redação, com informações da ONG Mães do Amor

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