O vereador Aílton de Souza, o Ito (PL), foi o único vereador a votar contra o projeto de lei, de autoria da colega Silmara Miguel, que coloca a Marcha Para Jesus como patrimônio cultural e imaterial de Blumenau. O projeto foi aprovado na sessão da última quinta-feira por 11 votos a um, com uma abstenção.
Ito foi corajoso por votar contra o senso comum em uma cidade onde o crescimento das Igrejas Neopentecostais é dos mais visíveis, com repercussão na política e em outras áreas da cidade. Vale lembrar que, na última eleição, três vereadores ligados a Igreja Assembleia de Deus foram eleitos: Silmara Miguel, Jovino Cardoso (SD) e Marcos da Rosa (União), que se elegeu deputado estadual em 2022. Além do mais, elegeu Ismael dos Santos (PSD), também da Igreja Assembleia de Deus, e tem como prefeito Mário Hildebrandt (Podemos), que apesar de congregar em outra Igreja, tem muita interlocução com os evangélicos.
Mas Ito foi além na sua coragem, que não ficou apenas no voto contra. Ele usou a tribuna da Câmara para justificar seu votos e criticar o uso político da fé por muitas lideranças em Blumenau. “Não uso a bíblia para fazer merchandising, tem muito pastor que usa este tipo de artimanha”, disse. “Defendo minha tese que lugar de rezar é na Igreja”, disse.
Garantiu que não tem nada contra a Marcha para Jesus, mas prometeu fiscalizar se terá dinheiro público na marcha do ano que vem.
Nem precisa fiscalizar, terá sim dinheiro público, pois o próprio líder do Governo, Jovino Cardoso, disse que a Prefeitura investe em recursos por conta da importância do tema.
Confira:
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