Com uma verdadeira remodelagem no cenário da comunicação corporativa, gerenciar as mudanças cada vez mais rápidas – sejam elas tecnológicas ou comportamentais – tornou-se um desafio constante. O que pode desencorajar alguns profissionais de marketing num primeiro olhar, pode, por outro lado, ser visto com otimismo. A vantagem está na criação de uma abundância de oportunidades para as equipes de marketing fazerem mais do que já fazem hoje. Acompanhar os interesses do público, gerenciar crises de marca ou fazer malabarismos em condições econômicas difíceis exigem cada vez mais habilidades e conhecimentos, mas são um terreno fértil para reforçar o papel fundamental da comunicação corporativa.
Pesquisas mostram que o marketing orientado por Inteligência Artificial deve impulsionar 45% da economia global total até 2030. Isso ocorre porque a IA impulsionará uma maior variedade de produtos, com maior personalização, atratividade e acessibilidade ao longo do tempo. Ferramentas de IA como o ChatGPT podem ajudar na criação de conteúdo inspirando e direcionando novas perspectivas. Porém, é fundamental personalizar a mensagem com o tom da marca. São os profissionais de comunicação que tornam as mensagens adequadas aos públicos específicos, criativas e atraentes.
A tecnologia também pode ser uma aliada para identificar padrões e tendências de dados, analisar o que está ocorrendo no cenário da mídia, rastrear impressões e coberturas da imprensa, por exemplo, além de monitorar a reputação das marcas. As ferramentas podem, ainda, ajudar a identificar influenciadores e fazer a curadoria de conteúdo. No entanto, são os profissionais que irão direcionar a comunicação de forma eficaz e construir relacionamentos.
Uma pesquisa publicada recentemente pela revista Forbes, sob o título ’How Does AI Fit Into The Future Of Good PR?’ (Como a IA se encaixa no futuro das boas relações públicas, em tradução livre), apresenta um panorama interessante sobre a relação entre IA e profissionais de comunicação. Uma das conselheiras da própria Agência Forbes aponta que a IA não substituirá o profissional de Relações Públicas. Ela destaca o risco de erros de sintaxe e imprecisões no uso da inteligência artificial como fatores que requerem atenção. O cerne da questão reside no fato de que a tecnologia é uma ótima ferramenta para melhorar a eficiência do trabalho de comunicação corporativa, mas as habilidades exclusivamente humanas ainda são indispensáveis.
O contexto emocional, o cuidado com a verificação dos fatos, a empatia e a criação de conexões só podem ser alcançados por meio da intervenção de um profissional de comunicação. As sutilezas da linguagem, a compreensão da cultura e das nuances sociais, assim como a capacidade de adaptação às mudanças repentinas permanecem como atributos humanos essenciais. A IA pode automatizar tarefas repetitivas e analíticas, mas é a expertise dos profissionais que dará forma e substância às mensagens, garantindo que elas ressoem com autenticidade e impacto.
Em um cenário cada vez mais interconectado e dinâmico, a colaboração entre a inteligência artificial e os profissionais de comunicação é a chave para o sucesso. A tecnologia pode liberar recursos valiosos, permitindo que as equipes se concentrem em estratégias criativas e inovadoras. No entanto, é a visão humana que assegura que essas estratégias estejam enraizadas na compreensão profunda das necessidades do público e na habilidade de construir relacionamentos sólidos. Em resumo, a inteligência artificial é um parceiro poderoso, mas o toque humano é o que garante que a comunicação corporativa seja genuína, impactante e relevante em um mundo em constante evolução.
Cristiane Soethe Zimmermann, jornalista, especialista em comunicação corporativa e sócia da Presse Comunicação
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