Num primeiro momento, a resposta é não. Mas a política é a arte da conversa e de superar eventuais divergências em prol de um projeto maior.
Poucas horas depois do Informe Blumenau publicar, em primeira mão, que o prefeito Mário Hildebrandt (Podemos) e a vice Maria Regina Soar (PSDB) vão se filiar ao PL nos próximos dias, a principal liderança do partido na cidade, Ivan Naatz, retrucou, ele que é deputado estadual reeleito e presidente da Comissão Provisória Municipal.
“Filiados do PL. Aviso que não adianta recado pela imprensa para usar o 22. O sujeito precisa ter a cara do nosso partido. Quem subiu o caminhão da esquerda saiba disso, temos imagens”, postou nas redes sociais.
Questionei ele sobre a quem se referia e ele falou da ainda tucana Maria Regina, cuja trajetória política toda foi no PSDB. Lembrei a Ivan que ele se elegeu vereador pelo PDT e primeira vez deputado estadual pelo PV, partidos do campo progressista, pertencentes a base do governo Lula (PT) e hoje ele está no PL de Bolsonaro.
Depois voltamos a esta parte, pois a reflexão da falta de identidade de Maria Regina com o 22 tem pertinência.
Mas o pano de fundo da manifestação do deputado estadual é lembrar a todos envolvidos que o PL tem uma liderança forte, consolidada, no caso ele. Anuncia que pode ser o candidato a prefeito, mas deixando claro que seu objetivo principal é tentar uma vaga de desembargador pelo Quinto Constitucional, vaga destinada a advocacia. Tem inclusive a sinalização do governador Jorginho que será Naatz o escolhido se ele chegar a lista tríplice.
Ivan Naatz lembra que tentou várias vezes trazer Mário Hildebrandt para o PL, mas ele sempre recusou, preferindo conversar diretamente com o governador. O Informe Blumenau registrou alguns destes convites, que começaram ainda antes da campanha de 2020 e seguiu em 2023.
Me pareceu disposto a rever seus posicionamentos, mas diz que a iniciativa deve vir do prefeito Mário.
Voltando a manifestação de Naatz sobre Maria Regina. Ele não a considera suficientemente identificada com as bandeiras bolsonaristas e acredita que isso pode beneficiar os adversários. Questionei sobre outros nomes que poderiam vir pelo PL, ele lembrou o da secretária adjunta da Educação, Patrícia Lueders, que não tem manifestado interesse.
Em resumo, entendo que sim, Mário Hildebrandt e Ivan Naatz podem conviver, pelo menos um tempo, no mesmo partido. Digo mais, precisam conviver, para o bem do futuro político dos dois. Mas vão precisar baixar a guarda.
Cabe ate cabe, resta saber se o povo concorda.
“Num primeiro momento, a resposta é não. Mas a política é a arte da conversa e de superar eventuais divergências em prol de um projeto maior.”
Projeto maior ?…..com certeza não é em prol da população.