Aroldo Bernhardt
Professor
Há uma efervescência política no ar, ou talvez melhor, há um recrudescimento da batalha ideológica presente nas conversas, nas redes e na mídia. Mas há pouco debate em torno dos conteúdos, o que ocorre são embates recheados de lugares-comuns, de ofensas rasteiras.
Não debatem o pensamento, atacam o pensador divergente.
Isso me remeteu à filósofa Hannah Arendt e a expressão por ela pinçada – a banalização do mal.
Em primeiro lugar, o que é assustador, o ódio parece não estar na pessoa, está no sistema, praticado por pessoas comuns, banais. Pessoas que não avaliam com profundidade o que dizem ou repetem. Não se dão conta do ódio que disseminam, da desconstrução que promovem de forma acrítica. O estranhamento é substituído pela acomodação ao meio, a sensibilidade da percepção é subsumida pela opinião prevalente ou dominante.
Outro aspecto a registrar é o fato de que em função de valores herdados ou aprendidos as pessoas têm dificuldade em manifestar o seu ódio “tête-à-tête”. Xingam de dentro do carro ou postam na “rede” ofensas que dificilmente seriam ditas em pessoa. De forma inconsciente desumanizam, despersonalizam, não tratam mais com o semelhante, com um ser que ama, chora, sente. É um judeu, um comunista, um terrorista, “petralha” ou “coxinha”. Talvez um “elemento”, ou “indivíduo” como diria um repórter policial.
Adicionalmente ela esclareceu que o mal se manifesta onde encontra espaço institucional para isso em razão de uma escolha política e se banaliza com o vazio do pensamento. Tudo a ver com os últimos e chocantes episódios protagonizados em nossas plagas, tanto em relação ao morticínio nos presídios, quanto à manifestações repletas de ódio mal contido sobre a morte da D. Marisa.
Enfim, a acepção clássica da ética sucumbiu diante do moralismo e a visão aristotélica do homem como animal político foi obliterada. E aí mora o perigo porque, como disse o Professor Dowbor: “o próximo fanatismo político não usará bigode nem bota, nem gritará heil… usará terno, gravata e multimídia”.
Caro Professor ,
Isto ocorre em virtude de nosso pais a muitos anos estar sendo administrado por pessoas corruptas , sem caráter e sem dignidade . Em um pais que as leis são levadas a serio, em um pais que todos buscam agir com dignidade , sem levar vantagens , sem o jeitinho brasileiro , isto não ocorre. Não me relaciono a uma pessoa em particular ou a um partido , este meio esta contaminado , no Brasil não se faz política e sim politicagem , no Brasil não temos políticos , temos aproveitadores do estado , na sua maioria .
Gosto muito de uma frase que diz : Diga-me com quem andas, que direi se te acompanho .