Enquanto ainda existe gelo no polo sul e no polo norte, é normal que o verão seja muito quente e, por aumentar a evaporação de água, provoque mais chuva. Não por acaso, a maior tragédia climática do Brasil ocorreu exatamente em janeiro de 2011, na zona serrana do Rio de Janeiro. Ao todo, foram mais de 900 mortos, quase 100 desaparecidos e cerca de 35 mil pessoas desabrigadas nas cidades de Nova Friburgo, Petrópolis e Teresópolis.
Mais de uma década depois, em fevereiro de 2022, Petrópolis voltou a sofrer com o clima, vitimando 233 pessoas. E para provar que a urucubaca não é carioca, em março de 2023, a falta de planejamento urbano e deslizamentos de terra provocaram a morte de 36 pessoas, em São Sebastião e Ubatuba, litoral de paulista.
No último dia 10, São Paulo voltou a ter regiões sem luz por causa da chuva, fazendo o prefeito Ricardo Nunes (MDB), já em clima de campanha, chamar a concessionária Enel de irresponsável. Nessa semana, o alerta de mau tempo agora é no Rio Grande do Sul, com muitos estragos em Porto Alegre.
Por tudo isso, fica a sugestão do jornalista José Roberto Jardim, da rádio São Lourenço FM, de Minas Gerais: as eleições deveriam ser feitas no período das chuvas. Obviamente isso dificultaria o acesso da população às zonas de votação, mas ficaria bem claro para o eleitor o que realmente importa e se o trabalho dos políticos foi competente.
Do pó viestes ao pó retornarás?
No bingo das desgraças, coube à América do Sul ser o maior produtor de cocaína no planeta. Quem dera se esse pó fosse farinha, né? Mas como não é, pior para todo mundo, em especial para o Equador.
Na base do “diga-me com quem andas e direi quem és”, eles têm a sorte de fazer divisa com o Peru, onde há quem até mastigue e faça chá com folha de coca, e a Colômbia, que presenteou o mundo com Pablo Escobar. Para completar, agora até os mexicanos estão se metendo na confusão. Mas por que todo esse pessoal acabou no Equador?
Basicamente, todos esses países estão tentando resolver o problema do narcotráfico enquanto, no Equador, tiveram a brilhante ideia de extinguir o Ministério da Justiça. Enfim, tudo o que é bandido foi para lá e, agora que eles estão mandando e desmandando no país, os equatorianos tiveram uma ideia revolucionária: recriar o Ministério da Justiça.
Pois é, enquanto uns tentam reinventar a roda, fica a deixa para o governo brasileiro definir logo o novo ministro da Justiça. Tudo o que não tem chefe fica parado e, se o bicho está pegando aqui perto, Ricardo Lewandowski, ou seja lá quem for, precisa tomar providências para o problema não chegar ao Brasil. Se é que já não chegou, porque o deputado federal, Amom Mandel (Cidadania-AM), na última terça-feira (16), passou a andar com escolta policial após sofrer intimidações. Segundo o parlamentar, tudo começou após ter informado à Polícia Federal sobre a possível relação de integrantes da Secretaria de Segurança Pública do Amazonas com o crime organizado.
É aguardar para ver onde tudo isso vai dar.
Fernando Ringel, jornalista e professor universitário
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