Opinião | Sangue nas mãos e a hipocrisia

Imagem gerada com IA

Bem que estas águas, que teimam em faltar nas torneiras, poderiam jorrar novamente, como uma fonte abençoada. Quem sabe assim, em abundância, chegariam trazendo uma milagrosa cura para todos os conflitos, a solução para os problemas reais, locais, e sabedoria política.

Por Deus, é inacreditável o tamanho do poço em que enfiaram as cabeças de uma porção de bagres. Diz a bíblia que “a boca fala do que o coração está cheio”, e como sobram discursos que babam hipocrisia e ódio, trabalhando para o caos,  para confusão e qualquer coisa que erga, mantenha, o próprio poder! Desculpe-me, sinceramente, isso não é nada sagrado.

A semana foi fervorosa para os arquitetos do afastamento, de separação do Brasil. Uma repetição de gritos que, em essência, nada acrescentam de positivo. São incapazes de empregar uma única obra, fabricar respostas. Deixam o registro de biografias rasgadas e atrasam a evolução coletiva. Convenientemente provocam danos e desinformação, que corroem os alicerces da sociedade. O tempo, como sempre, será implacável em jogar estes no lixo da história.

Neste palco de contradições, onde as vozes da razão são abafadas pelo eco do oportunismo político, é urgente que as águas da verdade e da integridade fluam livres, banhando os corações endurecidos pela ganância e pela ambição desenfreada. Que a sabedoria política não seja apenas um conceito vazio, mas sim uma fonte perene de discernimento, capaz de irrigar os campos áridos da política com a esperança de um futuro mais justo e compassivo para todos.

Pense em um copo, em mil pedaços no chão. Talvez encontre possibilidades de reparos. As migalhas, espalhadas, depois reagrupadas, reformam o estado para seguir a função da criação. Não exatamente igual, nem inteiramente um novo composto. Resurge e ficam as marcas. Acompanham os sinais daquilo que tocou.

Assim como os cacos de um copo quebrado podem ser reagrupados para formar uma nova estrutura, o tecido da sociedade também pode ser reparado após ser fragmentado por conflitos e desavenças. No entanto, é importante reconhecer que, mesmo após a reconstrução, as marcas do passado permanecem, lembrando-nos das lições aprendidas e dos erros cometidos.

Agora, à medida que nos esforçamos para reformar e reconstruir as relações políticas e sociais, é crucial que não tentemos simplesmente restaurar as estruturas antigas. É preciso buscar uma transformação que leve em conta as necessidades e aspirações de todos os cidadãos.

Como um copo reparado, o Estado reformado pode não ser exatamente igual ao que era antes. Porém, ao cumprir sua função, pode exercer de maneira mais eficaz e inclusiva. Basta aprender com os erros do passado e buscar um caminho mais justo e equitativo para o futuro.

Tarciso Souza, jornalista e empresário

1 Comentário

  1. “Basta aprender com os erros do passado e buscar um caminho mais justo e equitativo para o futuro.”
    Quem assume o poder, vamos discorrer somente sobre o Brasil/Estados/Municípios, não está interessado no coletivo. Basta uma simplória análise dos acontecimentos como quem e quais tipos de pessoas cercam as “lideranças políticas, quais as posturas e “direcionamentos” em votações no caso do legislativo e judiciário, quais atitudes do executivo entre “alianças” e por aí vai… Simples análise nos empodera de conhecimento suficiente para saber que uma faxina ou reset geral, da classe política e judiciária, é imperativo fora isso segue-se a cartilha da velha política que impera baseada em hipocrisia, interesses e $$$$… Aprender com os erros passados é para poucos dotados de inteligência racional e emocional e valores morais básicos, que diga-se de passagem com a exceção de raríssimos casos a grande maioria deste tipo de cidadãos não entram para este meio sujo da política, fora isto o resto é resto e o nosso dia a dia mostra isso.

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