O governador Jorginho Mello (PL) assinou, neste sábado, 11, em Rio do Sul, a ordem de serviço para o início das obras de dragagem do Rio Itajaí-Açu. A ação prevê melhorias que visam mitigar e prevenir as cheias no Alto Vale do Itajaí, região que de forma recorrente é uma das mais atingidas em Santa Catarina. A medida é uma forma de evitar que cenas como a das enchentes de 2023 voltem a se repetir no Vale do Itajaí como um todo.
O investimento total do Governo catarinense para o desassoreamento dos rios e limpeza das margens será de R$16,2 milhões. O serviço abrange um trecho de 8,2 quilômetros, divididos entre os rios Itajaí do Sul, Itajaí do Oeste e, após a junção deles, o próprio Rio Itajaí-Açu.
“A gente quer aliviar a dor, o sofrimento do pessoal do Alto Vale, do Médio Vale, começando a dragagem. Vamos começar um processo que será longo, não é algo que resolve a semana que vem, é um processo que nós vamos iniciar hoje. É um grande trabalho que a gente tá fazendo aqui de forma muito respeitosa com o Alto Vale, para dar ânimo aos empresários, às famílias que aqui moram e que, de vez em quando, perdem tudo. A gente vai atenuando e diminuindo esse impacto de prejudicar a toda a sociedade”, reforça o governador Jorginho Mello.
A necessidade emergencial da obra prevê que o prazo para a execução seja de 180 dias, contados a partir da emissão da ordem de serviço, dentro do período de 365 dias da declaração de calamidade pública pelo município de Rio do Sul, em 17 de novembro de 2023 (Decreto n° 12431).
“A região do Vale do Itajaí sofre com inundações desde sempre, desde quando foi colonizada e de uns tempos para cá por conta de mudanças climáticas, uma série de fatores, vem aumentando a recorrência de desastre do tipo de inundação para toda região do Vale do Itajaí e aqui no Alto Vale em especial. Desde a década de 80 a JICA (Japanese Internacional Cooperation Agency), promove estudos para mitigação de inundações aqui e que a gente faz hoje, esse trecho urbano de desassoreamento, de melhoramento fluvial. É a primeira ação desse tipo, prevista nos estudos da JICA e que começa a ter um impacto direto e significativo na mitigação de inundação”, relatou o secretário de Estado da Proteção e Defesa Civil, Fabiano de Souza.
Desafios e Resiliência: eventos hidrológicos em Rio do Sul
Os eventos hidrológicos de enchentes são recorrentes em Rio do Sul, o que, consequentemente, apresenta um desafio constante para o governo de Santa Catarina como também para a população da região. A localidade é banhada por dois rios, o Rio Itajaí do Sul e o Rio Itajaí do Oeste que, juntos, formam o Rio Itajaí-Açu. De tempos em tempos, as fortes chuvas causam inúmeros prejuízos humanos e materiais, como perda de vidas, inundações de casas e estabelecimentos comerciais, alagamentos, danos a agricultura e pecuária e dentre outros.
Em outubro de 2023, por exemplo, a chuva foi persistente, volumosa e, em alguns momentos, veio de forma intensa. De acordo com a Defesa Civil municipal de Rio do Sul, a primeira ocorrência registrada devido às enchentes foi em outubro de 1911, quando o Rio Itajaí-Açu atingiu a marca de 12,20 metros. De lá pra cá, foram registradas mais 72 ocorrências de enchentes na região. (Confira abaixo as dez maiores enchentes da história de Rio do Sul).
“Chuva persistente é aquela chuva contínua, que não para. Chuva volumosa, acumula grandes valores de chuva, seja em curto ou longo período de tempo; e chuva intensa, acumula grandes volumes de chuva em um curto período de tempo”, explicou Felipe Theodorovitz, meteorologista chefe, sobre os fenômenos que impactam a região.
A região de Rio do Sul, além do histórico de ocorrência de eventos hidrológicos, também é uma área suscetível à movimentação do solo devido às altas declividades e geologia do local. Conforme o Mapeamento de Áreas de Risco Geológico da SDC feito em parceria com o Serviço Geológico do Brasil (SGB), o município possui 19 áreas de risco mapeadas, sendo cinco áreas classificadas de risco muito alto e 14 com risco alto para rastejo, deslizamento, corrida de massa, erosão e queda.
Fonte: ACN
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