A Diretora Executiva da Associação Educacional de Formação Intercultural Cidadã (OLAKUNDE), Shirlei Fabiana Silva, ocupou a Tribuna Livre, na sessão ordinária desta quinta-feira (16), para falar sobre o Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, celebrado no dia 18 de maio. Ela também aproveitou a oportunidade para discorrer sobre o projeto pedagógico que a instituição realiza nas escolas públicas de Blumenau e dos municípios da região no combate ao abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes. Pediu o apoio dos vereadores e do Poder Executivo municipal para o desenvolvimento e encaminhamento dos trabalhos da Olakunde.
Shirlei explicou que a Olakunde é uma instituição especialista em prevenção ao abuso, exploração e importunação sexual contra as crianças e adolescentes. Ela explicou que é um projeto multidisciplinar, que conta com 10 pessoas, e que realiza oficinas preventivas e ações pedagógicas para as crianças e adolescentes em escolas públicas, respeitando cada faixa etária. Disse que é criada uma cartilha educativa, entre outros materiais didáticos, além da formação para os profissionais de educação e outros agentes que estão naquele círculo.
“Eu frequento 13 municípios da região do Vale, Médio Vale e Litoral, conversando com as crianças. Em cada escola que eu aplico tem uma média de 10 revelações espontâneas de crianças e adolescentes que sofrem com a violência e o abuso. Após as nossas oficinas essas crianças conseguiram falar conosco”, apontou, relatando os índices de abuso sexual contra este público em Santa Catarina e em Blumenau. Informou que mais de 8 mil crianças já foram atendidas com esse projeto e foram feitos cerca de 50 mil encaminhamentos desses casos.
Questionou o que o município de Blumenau e as outras regiões estão fazendo para prevenir o abuso de crianças e adolescentes, pois não basta somente o trabalho da entidade sem o apoio do poder público. Alertou que esse público precisa de encaminhamento para a rede pública de saúde e para o atendimento de psicólogo, mas que para isso são necessários recursos. Outra questão levantada é sobre a aplicação do projeto em outras escolas, mas sustentou que para isso é preciso de verba e do apoio da Secretaria Municipal de Educação. Ela também defendeu que este projeto deveria ser um programa contínuo no município.
Por fim, a representante salientou que a sociedade precisa levar a sério a educação sexual das crianças, pois isso é ensinar as crianças a se protegerem, se prevenirem a denunciarem o abusador e agirem contra a violência sexual e a importunação sexual.
Fonte: CMB
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