Opinião | Lula 3: a repetição de erros econômicos e o rombo fiscal que assombra o Brasil

Imagem gerada com IA

A economia brasileira enfrenta mais uma vez um cenário preocupante sob a gestão do governo Lula 3. Em maio de 2024, o país registrou um déficit primário de R$ 60,98 bilhões, o pior resultado para o mês desde o auge da pandemia em 2020 e o segundo maior déficit primário da série histórica. Este rombo fiscal é um indicativo claro da ineficácia das políticas fiscais atuais, agravando ainda mais um cenário econômico já frágil.

Os déficits fiscais têm sido uma marca registrada dos governos petistas ao longo dos 14 anos e meio que o partido esteve no poder. Segundo o relatório produzido pelo Insper em parceria com a Consultoria Oliver Wyman, entre 1994 e 2016, o Brasil exibiu o menor crescimento econômico dentre as economias comparadas, um acumulado de 31%, ou uma média anual de 1,2%. No mesmo período, o agregado de países da América Latina e Caribe cresceu 37%, o conjunto de economias da OCDE, 42%, os Estados Unidos, 46% e o grupo dos mercados emergentes cresceu um acumulado de 152%. Esses números destacam o fraco desempenho do Brasil, sob quase 14 anos de gestões petistas, que priorizaram o aumento dos gastos públicos sem uma correspondente elevação das receitas, resultando em uma trajetória insustentável da dívida pública.

A gestão econômica do governo Lula 3, ao continuar aumentando os gastos públicos indiscriminadamente, está cavando um rombo fiscal cada vez maior, comprometendo o futuro econômico do país. 

Além da deterioração fiscal, as políticas do atual governo repetem ações que não funcionaram no passado, como centrar o financiamento público por meio do Tesouro, do BNDES e de interferências em empresas estatais, notadamente a Petrobras. Essa abordagem histórica de financiar grandes projetos através dessas instituições não trouxe os resultados esperados e, ao contrário, contribuiu para o aumento da dívida pública e a falta de eficiência econômica.

O fato é que os dados do FMI mostram que, entre 1980 e 2026, o crescimento anual do PIB brasileiro só superou a variação do PIB dos países emergentes em 8 ocasiões, havendo praticamente um empate em 2010. Nos 47 anos em questão, o PIB dos países emergentes cresceu em média 4,4% ao ano, valor muito acima dos 2,3% ao ano do PIB brasileiro. Isso reflete um desempenho econômico fraco que limitou o desenvolvimento do país. 

Além disso, embora programas sociais como o Bolsa Família tenham sido implementados, a redução da pobreza no Brasil foi menor do que a de outros países emergentes. Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), a eficácia das políticas de combate à miséria foi limitada, e a pobreza continuou a ser um desafio significativo. 

Efetivamente, o aumento no acesso à educação, iniciado antes dos governos petistas, contribuiu significativamente para a redução da desigualdade de renda, conforme estudo do economista Ricardo Paes de Barros. Além disso, o crescimento econômico global e os altos preços das commodities favoreceram a economia brasileira, enquanto as políticas econômicas seguidas pelo PT eram uma continuidade das implementadas pelo governo de FHC.

A crise econômica de 2014 e 2015 agravou ainda mais a situação, revertendo muitos dos ganhos econômicos anteriores. O país enfrentou uma queda acentuada no PIB, aumento do desemprego e alta inflação, criando um cenário econômico adverso que destacou a falta de resiliência das políticas econômicas adotadas. 

Além dos desafios econômicos, a segurança pública também foi um grande problema durante os governos do PT. O Brasil se tornou um dos países mais perigosos do mundo, com taxas de homicídios crescentes. Dados do Atlas da Violência, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, mostram que os índices de homicídios aumentaram, evidenciando a ineficácia das políticas de segurança pública implementadas.

Some-se a isso, a velha prática petista de recorrer a ladainha de culpar outros pelos seus erros, como tem feito Lula, com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, acusando-o pelo fato de a economia crescer pouco. Na realidade, é Lula e sua equipe econômica que colocam o Brasil sob constante ameaça de inflação, além de causar instabilidade na taxa de câmbio devido ao cenário caótico das contas públicas.

Dessa forma, a trajetória fiscal do governo Lula 3 levanta sérias preocupações sobre a sustentabilidade econômica do Brasil. A persistência de déficits primários elevados traz o risco de que os agentes econômicos percam a confiança na capacidade do governo de controlar a inflação, o que pode resultar em expectativas inflacionárias desancoradas. Isso, por sua vez, pode levar a uma espiral inflacionária, onde a alta das expectativas de inflação se traduz em aumentos reais nos preços, corroendo o poder de compra e causando instabilidade econômica.

Em conclusão, a política fiscal do governo Lula 3 está levando o Brasil a um rombo fiscal cada vez maior. O déficit primário recorde de maio de 2024 é um indicativo claro da ineficácia das medidas adotadas até agora. É urgente que o governo reavalie suas políticas fiscais e adote medidas que promovam a sustentabilidade econômica, evitando repetir os erros do passado que levaram a crises econômicas e sociais profundas. 

Portanto, os dados falam mais alto do que o proselitismo petista. A história nos ensina que a gestão fiscal irresponsável tem consequências duras e duradouras. Já passou da hora de aprender com o passado e construir um futuro econômico mais sólido e estável para o Brasil.

Jorge Amaro Bastos Alves, economista

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