Em outubro, os brasileiros vão votar para eleger prefeitos e vereadores de seus municípios. Mas, mesmo com progressos em diversas áreas, tem um assunto que ainda parece encontrar dificuldade: como aumentar a participação das mulheres como candidatas e eleitas. Diante desse desafio, a Escola do Legislativo Deputado Licio Mauro da Silveira, em parceria com o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-SC) promoveu, durante esta quinta-feira (11), na Assembleia Legislativa, o seminário “Quero Você Eleita”. O propósito é fortalecer as candidaturas femininas e aumentar a participação das mulheres na política, promovendo a atuação suprapartidária e a criação de redes colaborativas em Santa Catarina.
“Precisamos de mais mulheres na política para que tenhamos políticas públicas mais inclusivas. Quando se tem espaços de poder, eles devem representar a sociedade. Ainda é um desafio muito grande, mas fazemos esse trabalho de conscientizar para que esse universo seja cada vez mais acessível, humanizado, e um espaço que as mulheres entendam que elas podem e devem fazer parte”, defende a diretora da Escola do Legislativo, Marlene Fengler.
O relatório anual da União Inter-Parlamentar (UIP) publicado em 2022 reflete a baixa participação feminina na política. Em todo o mundo, apenas 26,5% das cadeiras parlamentares são ocupadas por mulheres. No ritmo atual, a UIP calcula que as mulheres levarão 80 anos para atingir a paridade nos parlamentos em nível mundial. Estatísticas divulgadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostram que, entre 2016 e 2022, o Brasil teve 52% do eleitorado constituído por mulheres, 33% de candidaturas femininas e, em média, somente 15% de eleitas.
A presidente do TRE-SC, desembargadora Maria do Rocio Luz Santa Ritta, será a primeira mulher a presidir uma eleição, durante o pleito eleitoral deste ano. Ela é autora do livro “Acorda mulher: o teu lugar também é na política”.
“Nós mulheres estamos em todas as áreas, mas a política ainda é um mundo reservado aos homens. Hoje temos uma legislação que protege as mulheres contra a violência política de gênero e garante cotas para elas, mas nós ainda precisamos avançar. Tornar efetiva essa legislação para que, de fato, elas se sintam encorajadas e acolhidas a participar da política”, salientou a desembargadora.
A advogada e cientista política, Gabriela Rollemberg, proferiu a palestra de abertura sobre “Por que quero mulheres eleitas?” Conforme disse, a participação feminina na política trouxe inovações que promoveram conquistas importantes para as mulheres. “Quem já tinha ouvido falar sobre feminicídio, economia do cuidado, violência política de gênero, dignidade menstrual antes de termos mulheres nos representando na política? Por isso é tão importante, porque conseguimos produzir essas transformações.”
O seminário segue no período da tarde com palestras sobre estratégia comunicativa e discurso político, o passo a passo sobre como registrar uma candidatura, e como denunciar violência política de gênero.
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