Deixem os narigudos em paz!

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rafael boskovic

 

RAFAEL DIMITRIE BOSKOVIC

Advogado

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Por que classificar e dividir pessoas? Temos aparências físicas diferentes: somos gordinhos, magros, narigudos (como eu), de olhos puxados, de pele clara ou escura. Mas será que isso importa tanto? Outro dia recebi um vídeo que mostra uma aluna da USP aos berros. Ela afirma a um grupo de  estudantes que eles lhe “devem a alma” porque é negra e eles são brancos. Ora, ninguém deve nada a outra pessoa simplesmente em razão da sua cor de pele.

A maior parte da população branca que habita o Brasil é descendente de imigrantes que aqui chegaram já após o fim da escravidão, ou que aqui já estavam mas não eram senhores de escravos. Meus avós, por exemplo, chegaram ao Brasil apenas em 1954, fugindo de um regime Comunista do leste europeu. Provavelmente nunca conheceram alguém que, em qualquer período da sua vida, tenha sido escravo. Que dívida teriam simplesmente por serem brancos?

Na história da humanidade, brancos escravizaram brancos, negros escravizaram negros, brancos escravizaram negros e vice-versa. A humanidade deve, sim, lembrar-se de seu passado, mas apenas para não repetir seus erros. Fomentar o ressentimento e a divisão não é um bom caminho para isso.

A capacidade de conviver em paz, apesar das diferenças, sempre foi uma das mais admiráveis características do nosso povo.

Somos a terra dos mulatos, cafuzos e mamelucos, sendo a miscigenação racial a prova concreta de que o tom da pele não deve dividir as pessoas. É no Brasil que a maior disputa entre árabes e judeus é para ver quem constrói o melhor hospital, pois não existem grandes conflitos entre religiões. E o que estamos permitindo que se crie agora?

A estratégia de “dividir para conquistar” é tão antiga quanto a própria vontade de dominar, e consiste em controlar uma população por meio de sua fragmentação. Foi utilizada desde os imperadores romanos até Napoleão (o Bonaparte). Não nos permitamos cair nessa cilada!

Não apoio a classificação de pessoas a partir de suas aparências físicas e, portanto, discordo de políticas governamentais baseadas nessas classificações. Se forem criadas cotas para narigudos, já antecipo que não quero participar!

1 Comentário

  1. Grande Rafa! Sempre expondo suas idéias e ideais de forma concisa, embasada e imparcial… Como deve ser um bom homem e um grande advogado! Parabéns amigo!

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