Essa semana é importante para os usuários de transporte coletivo de Blumenau, que podem se ver as voltas com mais uma paralisação no serviço, por dois motivos. O primeiro, mais imediato, é o não pagamento do Vale Alimentação por parte da empresa Glória, que detém a maior fatia dos serviços e por isso conta com o maior número de funcionários. Segundo o presidente do Sindetranscol, Ari Germer, as outras duas empresas do Consórcio Siga já liberaram o vale e a Glória ainda nem fez a programação. “Caso até às 14 horas desta terça-feira, 3, não façam o depósito para liberar o benefício, paramos na quarta-feira pela manhã”, garante Ari. É a mesma novela que se arrasta há pelo menos dois meses, com três paralisações neste período e várias ameaças, sempre por não pagamento de algum direito para o trabalhador.
Outro impasse que se avizinha é com relação a data-base dos trabalhadores do transporte coletivo de Blumenau, 1º de novembro. Neste caso, duas situações estão pegando. A primeira é o índice de reajuste propriamente dito. De acordo com Ari Germer, a proposta patronal é de 3,7% , enquanto a inflação acumulada chega a 9,88%, ou seja, uma considerável diferença. 
A segunda situação é sobre a situação financeira da Glória e consequentemente do Consórcio. Com medo de falência, o sindicato dos trabalhadores levou a pauta de reivindicações para o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros no Estado de Santa Catarina (SETPESC), em Florianópolis (Foto). Em nota de esclarecimento divulgada no grupo de WhatsApp da imprensa, o Siga disse desconhecer as razões para tal procedimento, visto que a negociação sempre aconteceu via consórcio e empresas consorciadas.
Em conversa com Ari Germer, entendi. O objetivo é criar uma convenção coletiva e não mais um acordo coletivo e a preocupação é uma eventual insolvência do Consórcio Siga ou mesmo de uma das empresas. “Se der problema com eles e se eventualmente outra empresa assumir o serviço, os trabalhadores ficam desassistidos dos direitos caso sejam celebrados com o consórcio. Se a convenção for firmada com o sindicato das empresas, precisa ser respeitada por todos”, foram as alegações do presidente.
Tem razão o sindicato da categoria, afinal são tantas as incertezas. Uma empresa que não paga os direitos trabalhistas e mal consegue fazer a manutenção dos seus ônibus, como a Glória, dá mostras de insolvência financeira. A Prefeitura, através de um grupo de trabalho específico, tenta buscar caminhos, mas eles não fáceis, pelo contrário. Tentei falar com Sérgio Chisté, que coordena este grupo, mas não consegui. O espaço está aberto para saber como o Poder Público, concedente deste serviço, está preparado para esta semana.
Segue abaixo a mensagem mandada pela Oficina das Palavras, que faz assessoria de Imprensa para o Consócio Siga.
O Consórcio SIGA e as empresas consorciadas, concessionários do serviço de transporte coletivo no Município de Blumenau, a respeito das negociações com o Sindicato da categoria profissional (SINDETRANSCOL), vêm a público esclarecer o que segue:
Desde o início da concessão, em 2007, o Consórcio SIGA e as empresas consorciadas vem negociando diretamente com o SINDETRANSCOL acordos coletivos de trabalho, nos quais são ajustadas as condições de trabalho para os trabalhadores das três empresas consorciadas.
Neste ano, por razões desconhecidas do Consórcio SIGA e das empresas consorciadas, o SINDETRANSCOL decidiu depositar o rol de reivindicações na sede do S, em Florianópolis, exigindo que a negociação seja feita na forma de convenção coletiva de trabalho.
De acordo com a lei, somente Sindicatos podem celebrar Convenções Coletivas de Trabalho. Cabe aos Sindicatos envolvidos, portanto, a responsabilidade da iniciativa das negociações e pela convocação das respectivas assembleias.
O Consórcio SIGA e as empresas consorciadas compareceram às duas reuniões convocadas pelo SINDETRANSCOL, ali reafirmando a disposição de negociarem diretamente, porém o SINDETRANSCOL se manteve firme no propósito de só negociar com o Sindicato da categoria profissional, inclusive anunciando, na reunião ocorrida no dia 30 de outubro de 2015, que estaria paralisando a prestação do serviço na próxima terça-feira, dia 03 de novembro de 2015.
Em vista disso, o Consórcio SIGA e as empresas consorciadas, decidiram elaborar uma proposta escrita e entregar uma cópia na sede do Sindicato patronal em Florianópolis, na sede do SINDETRANSCOL, na Câmara Técnica criada por ato do Prefeito Municipal (para ali ser examinada a viabilidade econômica) e no Ministério Público do Trabalho.
O Consórcio SIGA e as empresas consorciadas reafirmam aqui a sua disposição de negociar com os trabalhadores, seja diretamente (como fizeram em todos os anos), seja através do Sindicato da categoria profissional.
E querem que eu troque a confiança, conforto, disponibilidade e alcance do carro por isso ai? Acordar de manhã e não saber se vou poder ir e vir? Oras, façam me o favor, nada que é imposto se salva, querem que os carros saiam das ruas? invistam na qualidade do transporte público. Infelizmente ao invés disso, tentam forçar a utilização do ônibus congestionando ainda mais nossas vias com essa bizarrice mal planejada que chamam de corredor de ônibus. Pessoas já perderam a vida graças a essa porcaria de projeto.