Nesta quinta-feira, dia 29, o Informe Blumenau conversou com o diretor da Blumob, Maurício Garroti. Ele preferiu não gravar em vídeo, mas conversamos por 21 minutos. Falamos sobre o começo da operação, o edital e a má imagem deixada pela Piracicabana.
Confira:
Como funcionará o primeiro momento desta transição? Teremos ônibus de duas cores? Como fica a situação dos trabalhadores e da bilhetagem, muda algo?
Planejamos esta transição para ser a mais tranquila possível. Não existirão grande mudanças neste momento, justamente para dar mais tranquilidade. A própria mudança da frota já é um desafio bastante grande, de substituir este veículos da noite para o dia, então todo sistema de bilhetagem permanece, apesar dos novos veículos virem com bilhetagem nova, a leitura será possível nos dois equipamentos nossos. Saldo, recarga, funciona do mesmo jeito de até então.
Sobre funcionários não há qualquer mudança, a questão da mudança do nome da empresa era uma etapa prevista no edital, mas os funcionários serão apenas transferidos, preservando seus direitos e garantias. Vida segue normal em relação a eles.
Sobre as cores , os veículos brancos permanecem. Existe um período para esta troca, 33% restante da frota a cada ano.
Eu entendia que os ônibus velhos também iriam ser pintados? ( informação repassada pelo presidente do Seterb)
Existe uma discussão neste sentido, até por conta do que imaginamos de prazo para a entrega dos demais ônibus, é algo que temos na pauta para discussão em breve, até para que talvez a população saiba e fique claro que os ônibus que estão hoje, usados, serão realmente trocados. É uma preocupação que a gente tem e aí, o veículo rodando, com uma outra cor, está praticamente “tarjado” que este veículo será substituído e será.
Mas o Seterb não fez esta cobrança para pintar?
Isso está em discussão sim, técnica.
Com relação a renovação do restante da frota?
São 142 novos ônibus, com uma estimativa mínima de entregar na proporção de 33% ao ano, que é a previsão do edital.
Vai ser este cronograma ou existe possibilidade de antecipação?
A gente vai ter que espera os próximos períodos, para ver como vai se portar a questão interna, financeira, o que a gente está desenhando para os próximos períodos e aí tomar a decisão com a cabeça bem economicamente sustentável para não ter contratempo.
Por que não tem ônibus articulados e nem com piso baixo na nova frota?
A questão do articulado e do 15 metros veio como definição técnica no caderno que tratava dos veículos no edital. Aliás, é importantes observar e nos temos que levar com clareza para as pessoas é que nada que a gente tem na frota é pura decisão da empresa. Aliás, quase nada é decisão da empresa, com exceção a marca. Da cor do acabamento ao tipo de revestimento do banco, passando pelo layout, número de lugares, nada é definido pela empresa.
Então, quando tomamos conhecimento do edital, já tinha uma previsão no caderno técnico que estes veículos especiais, pesados, poderia-se adotar os 15 metros ou articulados. A gente hoje tem uma consciência maior da demanda do serviço e obviamente estamos fazendo algo que tenha um efeito de sustentabilidade, em todos os sentidos. Estamos otimistas com relação ao veículos de 15 metros. A gente pensou questões especiais, como a segunda catraca, para dar velocidade no embarque. É um veículo que tem bom desempenho, capacidade de torque, condições técnicas que vão permitir uma velocidade comercial mais elevada que o articulado, que é mais pesado, consome mais, que tem uma dificuldade maior para rodar em uma cidade onde não é um corredor exclusivo, não estamos falando de um corredor segregado, a gente tem muitos momentos inclusive onde há a disputa de espaço, no bom sentido, com carro de passeio e isso tem que ser pensado na escolha do veículo. O de 15 metros tem questões técnicas, como a capacidade de manobra dele, que é a vezes menor de que um veiculo mais curto, então isso possibilita que a gente tenha uma disputa de espaço mais tranquila de se fosse um articulado. Fora isso é um veiculo bastante versátil, não vamos ter aquela necessidade de ter uma veiculo muito grande no horário de pico, mas desnecessário fora destes horários.
Com o veículo de 15 metros, pela versatilidade, vamos conseguir operar o dia inteiro com ele.
E o piso baixo?
O piso também tem questões relacionadas ao tipo de local onde vai operar, a questão de corredores normalmente, o tipo e condições das ruas , então isso tem que ser muito observado para que tenha o veículo mais adequado possível. E também nunca foi exigência do edital a existência de veículo piso baixo.
Qual a responsabilidade da Blumob com os terminais e com as estações de pré-embarque?
As estações tem questões que precisam ser melhor esclarecidas, não estão na nossa esfera, são questões relacionadas a propriedade daquilo, todo assunto que a cidade conhece bem tudo aqui. Nos terminais a nossa responsabilidade é a vigilância patrimonial, água e luz.
Como vai ser a logística da Blumob, onde ficará a garagem?
Existe uma obrigação, o caderno técnico e o contrato, com requisitos: metragem de garagem, a forma como será construída, quantidade de bicos para abastecimento, lavador, quantidade de valetas, todos pontos de exigência do edital. Existe um prazo de seis meses, prorrogável para seis meses para atendermos.
É interesse nosso, estamos buscando algumas áreas, para ter uma estrutura que atenda os contrato e também a nossa administração interna, o nosso dia a dia, em relação principalmente a manutenção e limpeza da frota. .
Percebe-se, a cada ano que passa, uma redução na queda no número de usuários no transporte coletivo de Blumenau e também de outras cidades. Como reverter este quadro, como seduzir o cidadão para que ele utilize o serviço?
É uma equação com muitas dúvidas e muitos agentes evolvidos nisso também. Passa por questões de políticas públicas, é óbvio que há uma questão cultural também e a gente, por outros locais que operamos o transporte público sente, sabe que os números demonstram uma queda no número de passageiros.
São questões de ordem econômica, passageiros que decidiu em algum momento ter um carro, uma moto e a própria questão do desemprego, da economia. A medida que você tem menos trabalhadores formais, tem menos gente andando de ônibus, seja porque ele mesmo não precisa se deslocar, seja pela família que corta os custos, ou seja, muitas variantes aí. A cho que a gente precisa, e estamos muitos atentos, está no nosso radar, é lidar sempre com bastante responsabilidade no que estamos fazendo. Toda vez que se toca em pontos que exige-se mais qualidade no transporte, não tem outro jeito, ele passa por algo que pesará mais na tarifa.
E o que precisa ser feito, entre outras coisas. Lidar com responsabilidade com a quantidade de ônibus que se roda frequente, analisar a frequência que eles rodam, tudo que é possível fazer para ser mais eficiente no dia a dia e é isso que vamos buscar, com um monte de tecnologia, seja aquelas que estão no contrato ou porque a gente entende que fazem sentido e vão trazer esta eficiência interna para a gente. Tem que ser lidado com muita responsabilidade neste pontos.
No edital há uma previsão de revisão, repactuação de algumas questões que impactem na rentabilidade, como por exemplo, diminuição de linhas ou frequência nelas?
Existe, ela passa pelas revisões periódicas, existem datas para que elas aconteçam, a cada xis anos, além da própria revisão tarifária anual e acho que é algo que precisa ser tratado com bastante carinho e responsabilidade a medida que você tem um eventual perda no número total de passageiros, para lidar melhor com aquilo que você oferta, talvez até colocar uma oferta mais adequada.
Quando estivermos com o sistema completo da bilhetagem funcionando vai nos permitir entender se aquela determinada frequência que tenhamos para uma linha faz sentido, ou posso tirar este equipamento e horário dali e aplicar numa outra que faria muito mais sentido, que talvez tenha uma demanda que não é atendida, enfim acho que tem que passar por uma questão totalmente técnica, tem que parar de pensar como uma questão de achismo ou opinião, é uma questão técnica e assim que tem que ser.
Quero falar sobre a experiência da Piracicabana. Ela veio em pleno olho do furacão, em uma contrato emergencial e o começo foi traumático, imagino que também tenha sido um pouco para vocês. Atendimento precário, as condições foram inadequadas. Qual a avaliação de vocês e se o senhor, como diretor, já tinha passado por esta experiência?
Da forma como foi em Blumenau, assumir um sistema com o tamanho da cidade, com a responsabilidade e com toda a crise que o sistema já tinha em longo período, era algo que as pessoas já sofriam, era algo que já estava sendo pauta por bastante tempo, acho que a gente pegou realmente uma situação bastante complexa e sem encontrar parâmetros anteriores para ela.
Foi realmente um grande desafio colocar tudo isso para funcionar, foi muito duro, muito difícil. Mas fazemos um balanço que alguns meses depois do início, e não tinha como ser diferente isso, por todos elementos que estavam aí, fazendo pressão de um lado para o outro, seja na contratação das pessoas, no preparo da frota, na estrutura as vezes pequena para tudo que tínhamos que fazer frente, por toda expectativa que as pessoas tinham, em alguns meses esta situação mudou bastante, temos hoje um sistema estável, que obviamente sabemos que está longe do ideal, longe daquilo que deve oferecer para as pessoas, que elas tem de expectativa. Mas é um sistema estável, as pessoas vão para o ponto e o transporte vai funcionar e o horizonte é muito promissor neste sentido, as pessoas vão poder ter um transporte com todas a exigências que estão sendo feitas, por todas as questões que passam por eficiência e tecnologia muito melhor daquilo que tínhamos até então.
A Piracicabana assumiu os créditos do antigo Consórcio Siga. A Prefeitura determinou uma outorga de R$ 5 milhões para pagar estes créditos. Já foi feito o acerto de contas para saber o valor? Tem estimativa de quanto a Piracicabana assumiu?
Total ainda não. até porque as pessoas ainda carregam créditos do passado. Bem menor que nos primeiros meses, mas ainda tem, principalmente os de pessoas jurídicas que compraram para seus funcionários, ou seja, ainda existe este consumo mensal. Pagamos a outorga e este encontro de contas em relação ao valor que a empresa tem para receber segue critérios bastante rígidos da apresentação da documentação de bilhetagem, completamente auditáveis e isso vem sendo conduzido pelo pessoal da Prefeitura e pelo Seterb mensalmente lá.
Mas já sabem o valor? Em quanto a Piracicabana teria que ser ressarcida?
Quando o emergencial já se sabia que era um número que ultrapassava até os R$ 5 milhões, isso já era fato no passado que se conhecia. O que se faz hoje é um controle mensal daquele consumo, para que se faça o ajuste e o recebimento disso dentro do contrato emergencial, que terá um momento segregado entre o fim da Piracicabana e início da Blumob no dia 1º.
Para encerrar. Como você encara denúncias de que a Piracicabana e a Blumob teria sido favorecidas no edital de licitação?
Eu sinceramente desconheço, nunca recebi nada, nenhum questionamento neste sentido. Está aí toda a exigência que foi feita, se dependesse exclusivamente do nosso interesse, vamos dizer assim, um monte de situações que estão aí, que foram colocadas e serão implantas – a própria agressividades na renovação da frota – são coisas que tornaram a situação muito apertada pra que a gente apresentasse uma proposta. Então realmente não tenho nada que tenha sido colocado para mim desta forma.
Qual a mensagem para os usuários, neste novo momento, sistema operando em definitivo, com a experiência que vocês adquiriram na cidade?
Primeiro ponto é entender que o início do novo contrato se dá a partir do dia 1º de julho, com a troca da frota que vinha operando, mas vão existir várias fases em relação a isso. O projeto ideal virá durante o tempo de maturação deste contrato, com a entrada das outras exigências, dos prazos que existem para cada tipo de pontos previstos no edital. Entender que vamos ter um processo evolutivo ao longo dos próximos períodos, que vão realmente acontecer dentro destes três anos de renovação da frota e a gente tem uma perspectiva muito positiva.
Quero agradecer demais os funcionários, pessoas que estão excelentes com tudo que está acontecendo, estão dedicando-se muito para que as coisas funcionem como precisa ser, como a população merece, exige e o contrato também exige.
A entrevista pode ser ouvida aqui.
Na época do consórcio SIGA era obrigatoriedade ônibus articulados , piso baixo e
cores amarelas . A outorga do SIGA em 2007 foi acima de R$ 10 MM e era de responsabilidade do consórcio as estações de pré embarque e a manutenção dos terminais e gratuidade aos domingos .
A nova concessão , vencida pela Piracicabana dispensou tudo isto e com aumento do valor das passagens sem que ninguém entrasse com liminares ou posicionamento contrário .
E ainda tem pessoas que acham que o SIGA ficou deficitário por falta de administração, basta ver o que exigiam do SIGA e comparar com o novo
edital , isto sem contar que os funcionários foram recontratados com salários
menores e a Piracicabana caiu nas graças do Sindestrancol .
A CPI do transporte público em Blumenau nunca conseguiu ser iniciada , será
porque ?
Não estou aqui defendendo ninguém , mas se compararmos todas as despesas e exigências que o SIGA tinha que cumprir , será que o SIGA tornou-se deficitário por administração ?
E o contrato emergencial feito na calada da noite , com intervenções duvidosas e nebulosos ?
Todos queremos um transporte público de qualidade , mas com transparência ,
pois somos nós que pagamos , não podemos aceitar atos nebulosos como este caso
Possivelmente alguém não vai concordar com esta opinião , faz parte , mas
que tudo isto esta cheirando igual ao contrato da Foz do Brasil , isto está.
Nossa CÂMARA DE VEREADORES É EFICIENTE…FISCALIZAÇÃO SEMPRE ATENTA….
Usar tribuna da CÂMARA para…….???!!!….. menos para defender o que é IMPORTANTE PARA BLUMENAU…
A CPI do consórcio siga não funciona porque a do tapete negro também não.
Assim como a investigação da delação a respeito das obras da Odebrecht aqui na nossa cidade também não vai pra frente, ou seja nossos vereadores não trabalham para o bem comum, e sim pra esconder suas próprias sujeiras que sempre acaba em reeleição, ano que vem tem eleição, nos veremos essas carinhas de pau nos enganando novamente, fazer o que né, com esse judiciário podre que temos só nos resta rezar pra o Apocalipse acontecer meio rápido pois está difícil de acreditar em luz no fim do túnel.
Atualmente esta Câmara que a nós se apresenta é a das piores, só pensam em causas que mexam com seus bolsos e também só agradam ao querido Prefeitinho deles, pois assim garantem seus cargos comissionados. Não quero generalizar entre os quinze tiro apenas dois que tentam fazer algo favorável para o povo, mas…… são a minoria, assim …… espero que as próximas eleições já marquem o descontentamento do povo.
Saiu no santa “Prefeitura gasta R$ 400 mil em propaganda dos novos ônibus de Blumenau”…..KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK…….