Havia uma expectativa ou mesmo esperança que a presença do deputado federal Mauro Mariani, presidente estadual do PMDB , encaminhasse uma solução para a eleição do diretório local. Ele esteve na cidade nesta sexta-feira, como presidente do Fórum Parlamentar Catarinense. Mas a concorrida e apertada agenda dele não permitiu uma conversa mais aprofundada sobre a disputa interna no PMDB de Blumenau.
Vale lembrar que a eleição para o diretório do PMDB estava marcada para outubro, mas a chuva e a possibilidade de enchente adiaram e criaram a possibilidade dos peemedebistas locais, hoje divididos em dois grupos, se acertarem. Não aconteceu.
Sem conversa formal com o presidente do PMDB em Santa Catarina, apurei que o assunto não deve entrar em pauta na reunião da Executiva estadual marcada para esta segunda-feira, 9. O que deve acontecer é a prorrogação temporária do mandato do atual diretório, para tentar mais uma vez buscar consenso entre os dois grupos : um liderado pelo atual e quase eterno presidente Paulo França e outro pelo recém filiado João Natel, reitor da Furb, novato na política partidária.
Natel encarna o sentimento de renovação de um grupo de peemedebistas, que cobram reoxigenação no partido, há décadas liderado pelo atual grupo. O reitor tem pretensões eleitorais e coloca seu nome como provável candidato a prefeito em 2016. Para tal, a visibilidade de comandar o PMDB seria uma vitrine importante e sinaliza o caminho de protagonista para o partido, há anos coadjuvante dos outros.
O PMDB está onde sempre esteve. Aqui e no país. Faz parte da administração em Blumenau, Santa Catarina e Brasil, sempre na carona dos outros. Ou seja, mesmo não disputando, está no centro do poder. Este pragmatismo é fruto dos políticos que comandam a sigla, aqui, lá e acolá.
Garante participação em algumas esferas de decisão , cargos e visibilidade, fundamentais para qualquer partido. Sem juízo de valor, é importante entender um aspecto. Quem comanda, quem preside, tem que ter compromisso com o partido e com os filiados que o elegeram. É natural ter esta preocupação com o pragmatismo, que muitas vezes representa a própria sobrevivência.
Paulo França comanda o PMDB desde 1999, com dois mandatos de exceção. É uma das principais lideranças políticas regionais faz tempo, mas nunca foi bom de voto. O que não tirou sua importância no cenário local e estadual. É respeitado e conversa com todos. Vive o partido intensamente e por conta desses fatores todos, dá as cartas internamente e participa ativamente das articulações da política local. Já disse que não é mais candidato a novo mandato, mas não concorda com o espaço que o outro grupo pede no diretório. Lembra toda construção feita até agora e não aceita que uma pessoa nova no partido chegue agora e queira sentar na janelinha. A metáfora é minha, para deixar bem claro.
Para ficar registrado, entendo as razões dos dois lados deste imbróglio do PMDB. Mas a falta de entendimento entre os grupos pode fazer do partido o maior perdedor.
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