Antes da caducidade do Consórcio Siga

Ao completar dois anos da caducidade do Consorcio Siga, Blumenau tem um serviço melhor, mas longe da janela de oportunidades prometida, leia aqui.

A Prefeitura vende a imagem da página virada neste setor. Precisa ser valorizada neste sentido, é verdade.

Mas ela teve sua responsabilidade para que a situação chegasse naquelas greves mensais registradas no segundo semestre de 2015.

A começar por aceitar passivamente a vinda de um empresário, com má fama no mercado nacional, para assumir a Gloria, ainda no começo da gestão Napoleão Bernardes (PSDB).

A administração municipal foi intransigente nos pedidos de revisão feitos pelos empresários, exigências que eram obrigados a cumprir e hoje a Blumob não tem.

Não buscou minimizar os impactos com as duas outras empresas do consórcio, a Verde Vale e Rodovel, empresas daqui e que não apresentavam problemas de atraso de pagamento de salário dos seus trabalhadores.

Os empréstimos que a Prefeitura obrigou o Siga tomar por duas vezes na Blucredi para pagar os funcionários da Glória, cortou o crédito para as outras empresas pagarem o 13º salário em dezembro.

Os trabalhadores do transporte coletivo estão sim recebendo o salário em dia, mas os direitos adquiridos, como FGTS, por exemplo, correm o risco de nunca serem ressarcidos.

As intervenções no Siga e na Glória foram desastradas e truculentas.

E toda esta discussão está judicializada, em diferentes frentes. Pode render indenizações nocivas aos cofres públicos.

Ou seja, naquele dia 23 de janeiro de 2016, Napoleão estava certo em decretar o fim do Siga e “virar a página” do transporte coletivo de Blumenau, como gosta de falar. Foi um ato de coragem.

Mas é importante também este contraponto. Tem o bônus, tem o ônus.