Nem uma a menos

Felipe Schultze

Bacharel em Direito

Não estou escrevendo sobre mais um homicídio ocorrido no Brasil, estou escrevendo sobre humanidade, estou escrevendo sobre Bianca Mayara Wachholz, vítima de um assassinato.

De acordo com o G1, o suspeito de da morte de Bianca é o ex namorado que não aceitava a separação do casal. O assassinato de Bianca pode ser tipificado como um feminicidio. O termo foi duramente criticado pelos irracionais da internet quando houve sua inserção na legislação, mas, mais do que nunca, se mostra relevante nos dias atuais. O pesquisador Romero[1] explica que o Feminicidio é  todo e qualquer ato de agressão derivado da dominação de gênero, cometido contra indivíduo do sexo feminino, ocasionando sua morte. Ou seja, é a morte da mulher pelo fato de ser mulher.

Bianca, que tristeza, representa a morte de tantas outras mulheres vítimas de abusos e de violências. É imensurável a vida daquelas que fecharam seus olhos rumo à eternidade por serem vítimas acorrentadas em seus parceiros, suas mortes precisam ser discutidas e é necessário abrir o buraco de estrume fedorento da sociedade patriarcal.

Não adianta falsear verdades absolutas ou nos rodearmos ilusoriamente em um mundo invisível.  O machismo mata, o patriarcado mata e as estatísticas sobre a violência da mulher são seres vivos que vacilam de acordo com a queda moral da sociedade. Não é uma  questão ideológica, é sobre humanidade. Dizer “não” ao machismo e suas sementes é uma obrigação moral e libertadora de homens e mulheres. O combate contra velhas atitudes é o necessário justamente agora.

O necessário avanço pelos direitos das mulheres é um necessário avanço dos direitos humanos.

[1] http://revistatema.facisa.edu.br/index.php/revistatema/article/viewFile/236/pdf

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