RONALDO BAUMGARTEN JR.
Vice-presidente regional da Fiesc para o Vale do Itajaí
Para tentar salvar as finanças, o Governo Federal vêm impondo medidas que, mais uma vez, afetam o bolso dos brasileiros. O ajuste fiscal proposto, mais do que cortar gastos do Governo, aumenta os impostos pagos pelo contribuinte. A solução encontrada pela presidente desequilibra a economia e só gera desconfiança e insegurança no mercado.
Agora, como se não bastasse a sofrível qualidade da educação no Brasil, com a diminuição dos recurso repassados ao Sistema S – conjunto de nove entidades reunindo o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), Serviço Social da Indústria (Sesi) e Serviço Social do Comércio (Sesc), entre outros – só em Santa Catarina mais de 40 mil vagas em cursos profissionais e de educação básica devem ser fechadas.
A Fiesc (Federação das Indústrias de Santa Catarina) calcula que mais de 50 unidades do Sesi e do Senai fecharão as portas, deixando cerca de 3,3 mil trabalhadores sem emprego. Impactos irreversíveis para uma economia já sensível e instável.
O Governo quer simplesmente se apropriar dos recursos que as indústrias recolhem para o Senai e o Sesi, o que configura um verdadeiro confisco desses recursos, que são aplicados primordialmente na formação de trabalhadores e em programas de saúde e segurança.
A necessidade de medidas que retomem o rumo da economia brasileira é incontestável. No entanto, precisamos de um Governo competente, que saiba resolver os problemas de gestão antes de confiscar recursos da iniciativa privada, gerando desemprego, deficiências na educação profissional e recuo do desenvolvimento econômico.
Precisamos que a sociedade se una a essa causa, que não é só das indústrias, mas todos os trabalhadores, de todos os brasileiros que esperam um futuro melhor para seus filhos e condições mais dignas para se viver neste país.
Se o Governo tira do Sesi e do Senai, tira muito mais do trabalhador.