O Fernando Krieger acompanhou atentamente o primeiro debate entre os presidenciáveis e traz a análise dele de como foi.
Nesta quinta-feira, 09, aconteceu o primeiro debate entre os presidenciáveis na TV Bandeirantes, cheio de novidades tecnológicas. Em parceria com o Google, o Grupo Bandeirantes exibiu dados em tempo real das buscas e bateu o recorde de maior transmissão pela internet (o debate também foi exibido pelo YouTube).
Pena que o debate foi morno, poucos embates e um novo “meme”, o Cabo Daciolo.
Pra quem esperava um debate cheio de embates, quase se arrependeu de esperar o debate terminar. Os candidatos fugiram de polêmicas, usaram o tempo para se apresentar e para os eleitores indecisos o evento não ajudou muito.
Lula, que não participou por decisão da justiça foi citado no começo pelo candidato do PSOL, Guilherme Boulos, e algumas poucas vezes, sempre no sentido de situar no tempo o seu governo.
A operação Lava Jato foi exaltada o tempo todo pelo candidato do Podemos, Álvaro Dias, que disse que se eleito vai convidar o juiz Sérgio Moro para ser o seu ministro da Justiça. Insistiu muito no nome do juiz e ainda defendeu a refundação da República.
Entre os outros candidatos a operação Lava Jato não foi destaque.
Meirelles (MDB) tentou a todo momento fugir da imagem de que é o candidato do governo, atrapalhado, não conseguiu. Os outros participantes e quem estava em casa tiveram a real impressão de que Henrique é Michel. Ficou o rótulo de que é o “candidato dos bancos e do governo”.
Bolsonaro (PSL) me parecia um pouco cansado, em alguns momentos até demonstrou certo nervosismo, mas não ao ponto de atrapalhá-lo, foi bem no campo de segurança – seu terreno – mas cheio de frases prontas e poucas propostas foi engolido pelo novo “meme” da internet, o Cabo Daciolo (Patriota).
O Cabo foi a sensação das redes sociais, terminando frases com “para a honra e a glória do Senhor Jesus”, dominou o debate na parte que caberia a Jair.
Ainda encheu o debate com teorias da conspiração, parecia estar no púlpito de uma igreja.De confiabilidade e propostas muito pouco, mas a internet o elegeu como o melhor do debate, pelo menos para os “memes”.
Marina Silva (Rede) nos momentos em que foi acionada, se mostrou preparada para o debate, com o seu plano de governo na ponta da língua.
Exaltou que não está em nenhum escândalo de corrupção e quando questionada sobre o tema aborto, disse que prefere a lei como está, mas realizaria um plebiscito sobre o assunto.
Guilherme Boulos me surpreendeu, também estava com o seu plano de governo na ponta da língua e foi o que mais procurou embates diretos, principalmente com o candidato Bolsonaro. No seu teto de vidro, a pecha de comandar o MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), que não é visto com bons olhos pela maioria da população.
Geraldo Alckmin (PSDB), teve que se explicar sobre a sua aliança com o “blocão/centrão/direitão”. A todo momento era questionado sobre esse acordo, sobre a participação do seu partido no governo Temer e sobre ser o “representante da velha política”.
Talvez o “vencedor” da noite foi Ciro Gomes (PDT), pouco acionado e sempre que acionado vinha com uma chuva de números e propostas, entre elas, de que se eleito vai retirar o nome dos eleitores do SPC. Se mostrou tranquilo e preparado para o debate. Cito ele como “vencedor” pois passou a impressão de que os outros candidatos evitaram a todo momento debater com ele, pelo seu preparo em colocar propostas na mesa.
Em resumo, o eleitor que está indeciso se descobriu mais perdido ainda!
Vamos aguardar o próximo, dia 17 de agosto, próxima sexta-feira na RedeTV, que contará novamente com comentários de Fernando Krieger no twitter do Informe Blumenau: @informeblu.
Sim, o melhor do debate foi Daciolo!
Diferenciação, transformação, inovação, ativação, originalidade!
Coisas que mais o Brasil precisa!