TSE faz sugestões ao WhatsApp para conter notícias falsas em eleições

O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) fez uma reunião com o WhatsApp e discutiu oito soluções para reduzir a disseminação de notícias falsas na plataforma. Isso inclui adotar medidas que já valem na Índia, como limitar o encaminhamento de mensagens para até cinco pessoas ou grupos; e incorporar checagem de fatos ao aplicativo.
A proposta foi elaborada pela SaferNet, organização que faz parte do Conselho Consultivo para Internet e Eleições do TSE. Thiago Tavares, presidente da ONG, fez sugestões para evitar a desinformação no WhatsApp durante campanhas eleitorais, combatendo fake news e conteúdo fraudulento.

Tavares diz ao UOL Tecnologia que a reunião de terça-feira (16) “foi produtiva e esclarecedora; o WhatsApp manifestou interesse e disposição em colaborar com o TSE”. No entanto, o aplicativo não se comprometeu a fazer nenhuma das alterações propostas.

Em comunicado, o WhatsApp diz que baniu “centenas de milhares de contas” durante as eleições, e que tem sistemas para detectar spam e combater desinformação:

O WhatsApp tem proativamente banido centenas de milhares de contas durante o período das eleições brasileiras. Temos tecnologia de ponta para detecção de spam que identifica contas com comportamento anormal ou automatizado, para que não possam ser usadas para espalhar spam ou desinformação”

As sugestões da SaferNet para o WhatsApp

A SaferNet sugeriu reduzir o limite de encaminhamentos para cinco pessoas ou grupos, como foi feito na Índia. Em outros países, como o Brasil, você pode repassar uma mensagem para até 20 contatos por vez.

Outra recomendação é remover o botão Encaminhar ao lado de mensagens de áudio e vídeo, mas só durante as eleições e período de campanha. Além disso, o WhatsApp deveria limitar o número de grupos dos quais um usuário pode participar (atualmente não há limite); e restringir para 499 a quantidade de grupos que um usuário pode criar (hoje são até 9.999).

O WhatsApp poderia seguir o exemplo do Facebook e inserir mecanismos de checagem de fatos dentro do aplicativo. Também seria interessante avisar ao usuário, antes de compartilhar, se um conteúdo for falso — isso seria feito através do hash que identifica arquivos de mídia (imagens, vídeos, áudios), e que fica armazenado nos servidores.

Por fim, a SaferNet pede que o WhatsApp trabalhe com o TSE e com a sociedade para conscientizar os usuários; e sugere uma parceria entre o aplicativo e estudiosos sobre fake news.

Esta é a lista das sugestões:

Reduzir o encaminhamento para até cinco pessoas ou grupos (em vez de 20);
Eliminar o botão de encaminhamento ao lado de mensagens de áudio e vídeo;
Reduzir o número de grupos que um usuário pode criar de 9.999 para 499;
Definir um número máximo de grupos dos quais um usuário pode participar simultaneamente;
Inserir mecanismos de checagem de fatos e verificação de notícias falsas dentro do WhatsApp, tal como a ferramenta de contexto do Facebook;
Avisar ao usuário se um conteúdo é considerado falso, antes de ser encaminhado para grupos ou múltiplos contatos;
Trabalhar em conjunto com o TSE, meios de comunicação e sociedade civil para conscientizar os usuários sobre o WhatsApp;
Trabalhar com especialistas acadêmicos no Brasil para estudar a disseminação de fake news no país.

Com informações: UOL Tecnologia, Porta 23 e Tecnoblog

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