Colegiado da Segurança, a aposta mais ousada do Governador Carlos Moisés

O novo governador de Santa Catarina está confirmando o que vinha desenhando durante a fase de transição e trazendo muitas mudanças para a máquina administrativa do Estado.

A principal, no entender do Informe Blumenau, é o Colegiado Superior de Segurança Pública, uma ação sem precedentes no Brasil e talvez no mundo.

O colegiado é formado pelo coronel Araújo Gomes (Polícia Militar), pelo delegado-geral Paulo Koerich (Polícia Civil), pelo coronel João Valério Borges (Corpo de Bombeiros), pelo diretor-geral Giovani Eduardo Adriano (Instituto Geral de Perícias) e pelo coronel Flávio Graff, que ocupará o posto de diretor-geral do conselho. O cargo de secretário de Estado da Segurança será ocupado no primeiro ano por Araújo Gomes, seguindo um sistema de rodízio anual que contemplará a Polícia Civil em 2020, o Corpo de Bombeiros em 2021 e o Instituto Geral de Perícias em 2022.

Nesta quarta-feira, 03, os membros do colegiado reuniram-se para explicar como será o funcionamento, cujo o principal objetivo é garantir uma maior integração entre as instituições.

O comandante-geral da Polícia Militar fez ainda uma analogia com a iniciativa privada. Segundo ele, o Colegiado funcionará como uma espécie de conselho de administração da pasta, enquanto o diretor-geral Flávio Graff se ocupará da gestão rotineira da Secretaria. Questões como alocação de recursos, investimentos, estratégias de combate à criminalidade e o acompanhamento de resultados serão feitos pelos integrantes do Colegiado.

Também foi anunciado um projeto de interligação comunicativa de todas as instituições da segurança pública com a Polícia Rodoviária Federal (PRF) por meio de rádio. Outro objetivo traçado é a integração total dos bancos de dados até o mês de março.

Uma nova Lei de Organização Básica da Polícia Militar também foi elaborada, permitindo uma reestruturação da circunscrição das unidades da corporação em âmbito local, regional e estadual, usando as comarcas estaduais como base.

Outra novidade apresentada nesta quinta-feira foi a mudança na periodicidade de divulgações dos principais índices de criminalidade – mortes violentas, roubos e furtos -, que passará a ser semanal. O objetivo é fazer com que a população tenha acesso mais ágil à informação e que os agentes públicos façam ajustes sempre que necessário.

Para o delegado-geral da Polícia Civil, Paulo Koerich, o principal benefício do novo formato é a maior autonomia proporcionada às instituições policiais. Segundo ele, ao ter mais liberdade para decidir os seus destinos, haverá uma valorização dos servidores públicos, o que impactará diretamente na entrega de serviços ao cidadão.

“Nós teremos condições de decidir sobre o emprego dos nossos recursos, sobre o emprego do nosso material humano, visando o atendimento do cidadão e dos nossos visitantes”, disse Koerich.

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