Persistir no erro é burrice, e quando se repete o crime é…

Foto: Andre Penner/AP

Por Felipe Schultze – Bacharel em Direito

Além de lama, a cidade de Brumadinho é tomada pela angústia das vítimas e da busca pelos desaparecidos. Dor e anseio são exibidos em reportagens. Embrulho no estômago e impotência são reações que afloram em todas as partes do país. Confesso que ao saber da tragédia tentei não processar em minha cabeça o que realmente estava ocorrendo. Meu inconsciente desejava ardentemente que toda a dor que víamos era fruto de uma tragédia provocada pela natureza. Mas os tons da realidade sempre são mais intensos. Para minha angústia, a tragédia foi um crime que poderia ser passível de prevenção.

O Brasil possuí uma enorme dificuldade em aprender com seus erros. A tragédia de Mariana nas Minas Gerais mostrou a necessidade de mais fiscalização e regulamentação da empresa Vale. Não aconteceu. O crime repetiu-se. Sim, necessitamos dar nome aos bois, foi um crime, as mortes poderiam ter sido evitadas. Tal situação nos mostra a necessidade urgente do Estado fiscalizar e regulamentar. A segurança de vidas não pode ser suprimida pelo anseio simplório de desenvolvimento econômico.
Há o peso da reincidência nas costas da empresa Vale. Não foi acidente, foi um crime indefensável.

2 Comentário

  1. Concordo , tragédia que poderia ser evitada se os políticos agissem de forma ética e com compromisso . O Prefeito de Brumadinho deu uma entrevista dizendo que a Vale tem que arcar com todos os prejuízos , esta correto , mas este mesmo prefeito utilizou-se da mídia para pedir uma fiscalização rigorosa da represa após o acidente em Mariana ?
    Claro que não, até a tragédia , o prefeito só pensava em arrecadação , agora quer tapar o sol com a peneira . Ele e os vereadores da cidade deveriam ser responsabilizados de igual forma .

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