O deputado federal Rogério Peninha Mendonça (MDB) participou de audiência com o Ministro do Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto, nesta quarta-feira, 27, em Brasília. Um dos assuntos foi a barragem Norte, em José Boiteux.
Peninha, que é da região, disse que se nada for feito, Santa Catarina pode sofrer uma grande tragédia, Culpou índios e esquece das dívidas da União com a comunidade que perdeu suas terras para construir a barragem.
“Estamos falando de uma situação extremamente preocupante. A população que mora abaixo da barragem corre risco de vida. E o estado não pode confrontar a comunidade indígena que, irresponsavelmente, invadiu e depredou a casa de máquinas da barragem? Quero saber o que poderemos fazer quando começar a chover. Quando o reservatório for inútil enquanto a água invade as cidades ribeirinhas. Não há como remediar, é preciso uma solução ágil e contundente”, argumenta o deputado.
A Barragem Norte é a maior para contenção de cheias do país, mas está inoperante desde março de 2005, quando 300 índios invadiram a estrutura e danificaram todo o sistema de operação. Em junho de 2014, durante uma enchente no Alto Vale do Itajaí, houve outra invasão e até hoje eles permanecem controlando o acesso à barragem. Segundo a Defesa Civil Estadual, se houver a necessidade de operação é necessário o uso de um caminhão hidráulico.
O deputado diz que a União cedeu às principais reivindicações, “mas toda vez que atendem a um pedido, eles aparecem com outros três”,afirma.
“Cada vez que o nível do rio sobe, a chantagem recomeça, e aí tem que chamar a Polícia Federal para acalmar a situação. Eles não podem depredar para reivindicar seus direitos, isso coloca em risco toda a população que mora rio abaixo”, aponta Peninha.
O Ministro Canuto solicitou um levantamento da equipe técnica do governo para avaliar a situação e definir o que pode ser feito neste momento. A estrutura é ferramenta indispensável para a prevenção de cheias em várias cidades do Vale do Itajaí, são mais de 357 milhões de metros cúbicos de água represados na montante. Ela é uma das três responsáveis pelo controle do fluxo das águas no rio Itajaí-Açu, evitando as enchentes periódicas que assolam a região. Em 2003, 23 mil hectares que eram exploradas por agricultores foram integradas a área da barragem, que agora é de 37 mil hectares.
Parabéns para o deputado, mas poderia ter a mesma ênfase na cobrança ao Governo Federal. Culpar só os índios é jogar para a torcida e esquivar-se da responsabilidade dele, que foi base governista – e permanece – desde 2015.
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