O Twitter anunciou nesta segunda-feira (3) a aquisição da Fabula AI, uma startup britânica que criou uma tecnologia de deep learning capaz de detectar fake news. Os termos da aquisição não foram revelados, mas, de acordo com a declaração dos envolvidos, a companhia deve se unir completamente à rede social, com seus fundadores e pesquisadores integrando times internos de desenvolvimento de inteligência artificial.
A aquisição vem em um momento no qual o Twitter trabalha ativamente para conter a disseminação de contas falsas e desinformação. É aí que entram os sistemas da Fabula AI, que desenvolveu uma tecnologia que compara o fluxo de compartilhamento das fake news com o de notícias reais, a partir de fontes certificadas, como forma de identificar links e perfis envolvidos nessa disseminação.
No comunicado oficial sobre a aquisição, o Twitter afirmou que os especialistas da startup passarão a integrar um novo time de desenvolvimento em machine learning, que é liderado por Sandeep Pandey. Michael Bronstein, cofundador da Fabula AI, por exemplo, também será o responsável pela equipe, juntamente com Federico Monti, que atuava como chefe de tecnologia da startup.
Juntos, o trio, trabalhará não apenas em iniciativas ligadas ao combate às fake news, como também em processamento de linguagem natural, sistemas de recomendação e deep learning a partir de telemetria. Ainda, a equipe será responsável pela criação de normas éticas para utilização desse tipo de tecnologia, fazendo uma interface com universidades e organizações não-governamentais.
Fora das fake news, o time também trabalhará na melhoria de outros produtos do Twitter, como a busca e a recomendação de conteúdo aos usuários por meio da aba Explorar, além da organização da linha do tempo e dos anúncios exibidos. Tudo, claro, com base em tecnologias de inteligência artificial e machine learning e a partir de dados de utilização da rede social.
Em declaração, Bronstein afirmou estar empolgado com a possibilidade de se unir ao Twitter e melhorar a qualidade das conversas que acontecem por lá. Além disso, ele permanecerá com sua cadeira de machine learning e reconhecimento de padrões no Imperial College de Londres, o que deve facilitar a interação entre a empresa e o segmento acadêmico.
Como a rede social não detalhou os termos da aquisição, permanecem dúvidas sobre o futuro da tecnologia da Fabula AI, que originalmente foi desenvolvida para ser aberta e descentralizada. Fontes revelaram à imprensa internacional, entretanto, que essa visão pode ter sido deixada de lado em prol do maior impacto promovido pela aplicação da tecnologia patenteada no próprio Twitter. Sobre esse assunto, a empresa disse apenas que todos estão alinhados em um único ideal: a melhoria do ambiente e das conversas da rede social.
Fonte: Twitter e TechCrunch
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