Facebook lança mapas de densidade populacional do Brasil para combate a doenças

Foto: Facebook

Depois de anunciar o desenvolvimento de mapas em tempo real para combater doenças no mês passado, o Facebook lançou nesta terça-feira (11) mapas de densidade populacional do Brasil e de outros países da América Latina. De acordo com a empresa, são os documentos visuais mais detalhados e com maior resolução disponíveis atualmente.

A partir dos mapas, será possível estimar o número de pessoas que vivem dentro de uma área de 30 metros quadrados e também conseguir dados demográficos, incluindo o número de crianças menores de cinco anos e a quantidade de mulheres em idade reprodutiva, bem como populações jovens e idosas.

Os mapas de densidade populacional poderão ser usados por ONGs e pesquisadores para potencializar o uso de inteligência artificial e Big Data na luta contra desafios sociais, de saúde e de infraestrutura em grande escala, além de acelerar o cumprimento de metas de desenvolvimento sustentável.

O Facebook conta que os mapas não foram elaborados usando apenas dados da rede social. Em vez disso, as informações obtidas combinaram o poder de leitura de inteligência artificial com imagens de satélite e informações de censo. Ao mesclar os dados, disponíveis publicamente e comercialmente, com os recursos de inteligência artificial do Facebook, a empresa diz que se tornou possível criar mapas populacionais três vezes mais detalhados do que qualquer outra fonte.

O Facebook também explicou como passou a desenvolver os mapas demográficos. “Há dois anos, começamos a trabalhar com a Universidade de Columbia para utilizar imagens de satélite e dados de censos para construir detalhados mapas populacionais com o objetivo de aperfeiçoar projetos de conectividade. Depois de trabalhar com grupos como a Cruz Vermelha americana e o seu projeto Missing Maps, percebemos que esses mapas poderiam também ter profunda utilidade para a saúde pública”.

Projeto de mapeamento

De acordo com o Facebook, antes da iniciativa da empresa, eram necessárias incontáveis horas para que voluntários pudessem combinar milhões de quilômetros quadrados de fotos para identificar onde havia uma pequena cidade ou vila remota.

O Facebook conseguiu acelerar a combinação de dados usando a inteligência artificial, que processa rapidamente dados em uma escala de petabytes. “Somente para a América Latina, por exemplo, o sistema de visão computacional examinou 9,8 bilhões de imagens individuais para determinar se elas continham um prédio”, contou o Facebook. “A equipe encontrou na região aproximadamente 94 milhões de edifícios em apenas alguns dias”.

Com o desenvolvimento desses mapas, o setor de saúde pode ser um dos mais beneficiados. A partir dos mapas do Facebook com inteligência artificial, organizações poderiam, por exemplo, combinar dados de movimentos populacionais com dados de doenças no terreno para descobrir onde as vacinas contra a gripe devem ser armazenadas.

“Quando iniciei a minha carreira na Agência de Desenvolvimento Internacional dos Estados Unidos, trabalhando no controle da malária, pude testemunhar em primeira mão o papel fundamental que dados precisos desempenham para garantir eficácia de esforços humanitários”, disse a Líder de Políticas Públicas e Data for Good no Facebook, Laura McGorman. “O que é empolgante em projetos como esses é que eles oferecem uma oportunidade para a nossa empresa contribuir para esses esforços por meio de nossa especialização em dados e machine learning”.

Em Maláui, por exemplo, mapas de alta resolução ajudam a Cruz Vermelha americana e o projeto Missing Maps a identificar áreas com e sem concentração de pessoas. Foi assim que a organização conseguiu alocar de forma mais eficiente 3 mil profissionais de saúde que participaram de uma campanha de vacinação contra o sarampo.

Da mesma forma, depois do Ciclone Idai, uma equipe da Escola de Saúde Pública de Harvard, Direct Relief, Nethope e Northwestern University usou o mapa de alta resolução de Moçambique para identificar áreas onde a cólera poderia se espalhar, priorizando dessa forma os estoques para potenciais tratamentos.

Já pesquisadores do Latin American Public Opinion Project (Lapop) da Universidade Vanderbilt também estão interessados em usar os mapas de alta resolução do Facebook para melhorar a amostragem de suas pesquisas. “Pesquisadores que trabalham em países em desenvolvimento frequentemente extraem amostras de dados de censos desatualizados”, observa o professor de Ciência Política e diretor do Lapop. “Esses mapas nos permitirão identificar melhor onde as populações estão localizadas dentro das unidades do censo, aumentando a precisão de nossas amostras e a representatividade de nossas pesquisas”.

Os mapas mais recentes para a América Latina do Facebook podem ser baixados gratuitamente na página do Humanitarian Data Exchange.

Fonte: CanalTech e Facebook

Seja o primeiro a comentar

Faça um comentário

Seu e-mail não será divulgado.


*